51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

DISCRIMINAÇÃO GEOQUÍMICA DE BASALTOS DA BACIA DE SANTOS ALTERADOS SOB CONDIÇÕES SUBAÉREAS E SUBAQUOSAS

Texto do resumo

A história evolutiva da Bacia de Santos abarca vários eventos magmáticos sucessivos, colocados em cenários geológicos diferenciados. Na obtenção de informações geológicas fidedignas, destinadas a esclarecer as características dos processos vulcânicos e sua influência nas acumulações de hidrocarbonetos, um dos problemas recorrentes é se aquilatar a extensão das alterações químico-mineralógicas de tais rochas. De origens diversas e intensidades variáveis, os processos de alteração podem ocasionar perdas e ganhos de elementos químicos seletivos, originando minerais secundários estáveis às condições prevalentes. O balanço das perdas e dos ganhos de massa indicaria, então, quais elementos químicos teriam sido disponibilizados para a bacia de deposição e, eventualmente, tornaram-se passíveis de serem incorporados às rochas sedimentares contemporâneas, afetando-lhes a composição. O presente trabalho apresenta uma proposta de avaliação litogeoquímica quantitativa dos processos de alteração atuantes em basaltos da Bacia de Santos.

Tendo por base a avaliação petrográfica tradicional, este estudo fêz uso combinado do índice de alteração química (CIA), do diagrama triangular ‘Al2O3/K2O/CaO*+Na2O’ e do balanço de perdas e ganhos de massa dos seus elementos químicos em relação a valores médios de basaltos de referência disponíveis na literatura e na Bacia de Santos. As 23 amostras laterais selecionadas possuem variações texturais relacionadas aos processos de resfriamento do magma e de cristalização. Encontram-se alteradas em graus variados, incluindo tipos bem preservados a leve, moderada- ou intensamente alterados.

Os basaltos em avaliação possuem o valor médio de CIA igual a 57, indicando que a maioria das amostras não está intensamente alterada, mas o intervalo de valores vai de 51 a 71. Já a magnitude dos teores relativos de K2O no diagrama triangular possibilitou a individualização de dois subconjuntos de basaltos extrusivos. (a) Aqueles com ‘baixos teores’ desse elemento, os quais mostram-se pouco alterados, possuindo baixos valores de LOI e de CaO(carbonato). Possuem composição geoquímica média relativamente próxima daquela dos basaltos de referência. (b) Aqueles com ‘teores elevados de potássio’, os quais exibem maior variabilidade composicional e se dispersam no diagrama triangular. Alteração subaquosa subsequente à colocação dos derrames de lava prevaleceu nos basaltos extrusivos estudados. Evidências geoquímicas da ação de alteração subaérea foram observadas em poucas amostras.

Os balanços geoquímicos confirmaram que os processos de alteração atuantes nos basaltos extrusivos não lhes ocasionaram perdas significativas de massa em relação aos basaltos de referência. Ao contrário, mostraram ganhos variáveis de: CaO ≈ Na2O < SiO2 ≈ K2O << MgO ≈ Fe2O3 ≈ LOI. O balanço positivo indica que não houve liberação de quantidades significativas de elementos químicos para a bacia de deposição contemporânea a tais eventos vulcânicos. A magnitude dos ganhos correlaciona-se com a magnitude dos valores de LOI e de CIA. O tipo de alteração predominante teria um caráter tendente a isoquímico, abarcando preferencialmente mudanças mineralógica e textural. Umas poucas amostras posicionaram-se fora de ambos os cenários de alteração, exibindo padrões sugestivos de hidrotermalismo. Alteração de caráter metassomático incluiu a incorporação de CaO, MgO e K2O e, eventualmente, de SiO2.

Palavras Chave

basalto; alteração; Litogeoquímica; Bacia de Santos

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Daisy Barbosa Alves, Gabriel Medeiros Marins, Isabela de Oliveira Carmo, Julia Campos Guerrero, Tatiana Caribe de Oliveira, Victor Gustavo Mund da Rocha e Silva