51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE FACIOLÓGICA E PALEOAMBIENTAL DA SEQUÊNCIA DEVONIANA DA BACIA DO PARNAÍBA - IMPLICAÇÕES PARA O SISTEMA PETROLÍFERO PIMENTEIRA-CABEÇAS

Texto do resumo

A Supersequência Devoniana da Bacia do Parnaíba perfaz quase toda a superfície da bacia, mas seus afloramentos dispõem-se principalmente na porção leste e sudeste. As inundações ocorridas na Bacia do Parnaíba iniciaram um ciclo transgressivo/regressivo, que compreende toda extensão da Formação Itaim, Formação Pimenteira e a base da Formação Cabeças, depositados em uma plataforma distal ou proximal com influência de sistemas deltaicos no mesodevoniano e plataforma anóxica profunda durante o neodevoniano. Este trabalho tem como objetivo realizar a análise sedimentológica, petrográfica, estratigráfica e fossilífera na região do município de Picos/PI, promovendo uma caracterização faciológica e paleoambiental do sistema petrolífero Pimenteira-Cabeças. A abordagem metodológica envolveu a descrição detalhada de 60 afloramentos na área mapeada em escala 1:100.000. As litologias encontradas na área de estudo exibem uma variedade composicional, incluindo folhelhos escuros ricos em MO, arenitos com granulometria variando entre fina a grossa com estratificação cruzada plano-paralela, hummocky, estratificação cruzada tangencial, argilitos e siltitos variegados com laminação plano-paralela e marcas de ondas, além de sedimentos recentes. Foram identificadas 17 litofácies e 2 icnofácies, agrupadas em seis sequências. O padrão de empilhamento do Grupo Canindé indica que a deposição ocorreu durante flutuações de pequena escala no nível do mar, com a atuação das ondas de tempestade chegando a regiões mais profundas da plataforma, caracterizadas pelas estratificações cruzadas hummocky e swaley no limite entre a porção lower shoreface e offshore. Os arenitos identificado nas formações Itaim, Pimenteira e Cabeças, possuem granulação que varia de areia muito fina a areia grossa, com predomínio da classe fina, seleção boa a moderada e os grãos variam entre subarredondados a subangulosos, com baixa a média esfericidade, orientados preferencialmente de acordo com a estratificação plano-paralela, por vezes ocorrem de forma aleatória, mostrando laminação irregular marcada pela concentração de muscovita. Essas rochas são texturalmente maturas, pois apresentam apenas traços de matriz argilosa diagenética. Do ponto de vista composicional é predominantemente representado por grãos de quartzo (min. de 65% e máx. de 90%), destes, 98% são monocristalinos. De forma subordinada, predominam as muscovitas (min. de 3% e máx de 10%), os feldspatos (min. de 2% e máx. de 12%) e minerais acessórios (min. de 2% e máx. de 11%); são raros os fragmentos líticos (1%). A pouca matriz que ocorre é argilosa, e os cimentos são compostos por óxido/hidróxido de ferro oriundos da alteração de hematita e biotita, respectivamente, e cimento do silicoso e ferruginoso. Os contatos pontuais são os mais frequentes entre os grãos, seguidos dos contatos côncavo-convexos e suturado, conferindo um empacotamento normal e fechado. As características sedimentológicas e estratigráficas indicam que os paleoambientes deposicionais podem ser interpretados como sendo uma transição desde um ambiente offshore, com constantes eventos de tempestade, shoreface, foreshore e deltaico. Com base nesses resultados, espera-se que o estudo contribua para um melhor entendimento da evolução geológica do sistema petrolífero Pimenteira-Cabeças, pois a Bacia do Parnaíba representa uma das últimas fronteiras petrolíferas do norte/nordeste do Brasil, e um dos maiores potenciais para a geração e acumulação de hidrocarbonetos.

Palavras Chave

BACIA DO PARNAÍBA; Sequência Devoniana; Sistema Petrolífero Pimenteira-Cabeças

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Thamara Welle Rodrigues Barbosa Van, Mario Ferreira Lima Filho, Sonia Agostinho