Dados da Submissão
Título
AEROGEOFISCA COMO SUPORTE NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO SISTEMÁTICO BÁSICO DA FOLHA RIO MACHADINHO SC.20-X-B-I
Texto do resumo
O Serviço Geológico do Brasil (SGB) desenvolve o programa nacional de mapeamento geológico, que atualmente concentra suas iniciativas na escala de semi-detalhe (1:100.000). Atualmente, apenas 30% do território nacional esta mapeado nessa escala, e na região amazônica essa porcentagem não chega a 10%. Dificuldades de acesso, escassez de afloramentos rochosos e áreas restritivas, entre outros aspectos, dificultam o mapeamento na Amazônia. Nesse cenário, a aplicação de dados aerogeofísicos torna-se fundamental ao mapeamento geológico, com sua amostragem homogênea e características de multiescala, permitem individualizar domínios, estruturas e anomalias. A análise integrada de produtos geofísicos e de sensores remotos reduz a ambiguidade inerente a qualquer interpretação, assim permite identificar a resposta (sub)superficial dos elementos geoestruturais e metalogenéticos. Neste trabalho, apresentamos os avanços geológicos na região sudeste do Amazonas, obtidos no Projeto Faixa Roosevelt-Guariba, no qual o suporte geofísico foi decisivo. Este projeto tem como produtos a atualização dos quadros geológico e de recursos minerais na escala 1:100.000, numa área de 3.000 km2 que se enquadra na porção sul do Cráton Amazonas. Foram utilizados dados de um levantamento aerogeofísico (magnetometria e gamaespectrometria), com espaçamento de 500 metros entre as linhas de voo, para geração de sub-produtos como: Campo Magnético Anômalo (CMA), 1ª Derivada Vertical, Gradiente Total, Distribuição dos radioelementos potássio-Tório-Urânio e Composição Ternária RGB integrada ao SRTM. A cartografia geológica digital integra harmonicamente as informações extraídas das imagens de aerogeofísica que, por gerar viéses interpretativos, necessita de confirmação em campo para subsidiar a compreensão de questões geológicas e metalogenéticas com maior acurácia. Na região sudeste estado do Amazonas, o Terreno Juruena (1,82 – 1,73 Ga) tem sua compartimentação geotectônica controlada por um sistema de zonas de cisalhamento litosfericas, geradas por uma deformação intracratônica de idade calimiana (Faixa Deformacional Roosevelt-Guariba; 1,51 – 1,46 Ga). Portanto, a área de estudo está individualizada em três Associações Geológicas-Estruturais (AGE), denominadas Pré-Juruena, Juruena e Pós-Juruena. A área do mapeamento está inserida na AGE Pós-Juruena, constituída por corpos graníticos da Suíte Serra da Providência, com membro subvulcânico-vulcânico do Grupo Serra Gavião e corpos máficos da Suíte Mata-Matá associados, que, em conjunto, registram um evento magmático bimodal calimiano (1,57-1,51 Ga). Essas unidades são parcialmente recorbertas pelas formações Manicoré e Palmeiral que, por sua vez, são localmente cortadas por intrusões da Suíte Rondônia (0,998 Ga). O suporte fornecido pelos dados aerogeofísicos no mapeamento foi essencial. Neste trabalho, a análise dos lineamentos magnetométricos, por vezes associados ao relevo, possibilitou uma melhor compreensão do arcabouço tectônico-estrutural da região bem como a indicação de: (1) dique magnético não aflorante; (2) corpos intrusivos rondonianos; e (3) a divisão do Grupo Serra do Gavião nas suas formações vulcânicas piroclaticas (Beija Flor) e subvulcânicas ácidas (Morcego). No entanto, ressalva-se que, embora o suporte dos dados aerogefísicos seja fundamental, também é indispensável o mapeamento geológico sistemático como confirmação ou negação das interpretações.
Palavras Chave
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; Geofísica aplicada; mapeamento geológico na Amazônia
Área
TEMA 15 - Geofísica
Autores/Proponentes
Miquéas Barroso Silva, Túlio Amós Araújo Mendes , Antonio Charles Silva Oliveira, Carlos Eduardo Santos Oliveira, Paulo Roberto Santos Lopes