Dados da Submissão
Título
BASELINE GEOQUÍMICO DE ALUMÍNIO, FERRO E MANGANÊS EM ÁGUAS SUPERFICIAIS DO MUNICÍPIO DE ITABIRA, MINAS GERAIS
Texto do resumo
Compreender se as concentrações de metais em águas superficiais são de ocorrência natural ou se resultam de alteração antrópica é importante para o entendimento do meio físico e mitigação de problemas ambientais, quando detectados. Essa questão ganha maior relevância em áreas de mineração, conhecidas por se implantarem em locais de enriquecimento natural em metais.O objetivo desta pesquisa foi avaliar como as variações da geologia local influenciam o baseline geoquímico de Al, Fe e Mn em águas superficiais do município de Itabira-MG. A amostragem abrangeu 69 pontos de coleta e foi direcionada para microbacias sem evidências aparentes de impactos antrópicos significativos, evitando-se, por exemplo, áreas de interferência urbana. Foram realizadas coletas mensais de agosto de 2021 a fevereiro de 2022 . As amostras de águas foram coletadas e preparadas de acordo com protocolos internacionais. Foram analisadas as frações dissolvidas (‘-D’; <0,45 µm) e totais (‘-T’; amostra bruta) para uma ampla variedade de elementos químicos via espectrômetro de emissão atômica por plasma acoplado indutivamente (ICP-OES) em laboratório acreditado. Os dados obtidos para Al, Fe e Mn foram submetidos a análises estatísticas exploratórias, distribuição de população, distribuição espaço-temporal e, por fim, cálculo do baseline geoquímico pelos métodos Mediana+2MAD (M+2MAD), Tukey Inner Fence (TIF), e percentis (P75, P90, P95 e P98). A interpretação dos dados considerou agrupamentos litológicos predominantes na área de captação do ponto amostrado. Observou-se correlação entre o conteúdo de metais em águas com a litologia predominante na área de captação do ponto. Os teores de Fe e Mn são, em geral, mais elevados em áreas de dominância dos litotipos da Suíte Borrachudos (Gran), granitóides do embasamento (MtGran) e da sequência metavulcanossedimentar do Super Grupo Rio das Velhas (MtVulcSed). O cálculo do baseline foi realizado para todo o conjunto de dados e, de modo individualizado, para cada um dos agrupamentos litológicos. Os resultados de baseline geoquímico obtidos foram avaliados e discutidos e aqueles calculados pelo método M+2MAD foram considerados os mais adequados. Os valores de baseline geoquímico calculados para os pontos com influência dos litotipos Gran (Al-D = <0,025 mg/L; Fe-D = 3,49 mg/L; Mn-T = 0,633 mg/L), MtGran (Al-D = <0,025 mg/L; Fe-D = 4,09 mg/L; Mn-T = 0,835 mg/L) e MtVulcSed (Al-D = <0,025 mg/L; Fe-D = 3,05 mg/L; Mn-T = 0,54 mg/L) revelaram significativa variabilidade em relação ao conjunto global dos dados no município de Itabira-MG (Al-D = <0,025 mg/L; Fe-D = 2,26 mg/L; Mn-T = 0,82 mg/L) e aos limites reguladores propostos na resolução CONAMA N°357/2005 para águas doces da classe II (Al-D = 0,1 mg/L; Fe-D = 0,3 mg/L; Mn-T = 0,1 mg/L). De modo geral, o baseline de Al-D é inferior ao limite de detecção, denotando baixas concentrações deste elemento na região, inclusive comparativamente ao limite indicado na resolução ambiental vigente. Em contrapartida, os valores de baseline de Fe-D e Mn-T são sempre superiores aos limites admitidos na resolução ambiental. Visto que os pontos de coleta foram alocados com a premissa de limitada influência antrópica em suas respectivas áreas de captação, seria ilógico atribuir a influências unicamente antrópicas os valores de baseline acima do limite da resolução ambiental. Admite-se que eles reflitam dominantemente características inerentes ao ambiente geológico do Quadrilátero Ferrífero.
Palavras Chave
Qualidade das águas; Quadrilátero Ferrífero; Background
Área
TEMA 11 - Mapeamento Geoquímico Multipropósitos
Autores/Proponentes
Abraão Gomes Soares Jr, Roberto Dall’Agnol, Gabriel Negreiros Salomão, Halisson Silva Borges, Rafael Tarantino Amarante