51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CONTEXTO LITO-ESTRUTURAL DA REGIÃO NOROESTE DO BATÓLITO FLORIANÓPOLIS, CINTURÃO DOM FELICIANO

Texto do resumo

O Batólito Florianópolis corresponde a uma associação de rochas graníticas formadas no Neoproterozoico. Trabalhos de mapeamento em detalhe foram realizados na região desde a década de 1970 e contribuíram para a identificação dos corpos e estruturas, bem como a proposição de compartimentações estratigráficas. O batólito é composto por monzogranitos a tonalitos, isótropos a deformados, formados entre 640 e 580 Ma. A estratigrafia estabelecida indica 4 suítes, denominadas, a partir da mais antiga, Águas Mornas, São Pedro de Alcântara, Pedras Grandes e Cambirela. Há ainda o magmatismo associado à Zona de Cisalhamento Major Gercino, restrito ao limite norte do batólito, na forma das suítes Rolador e Fernandes, associação Picadas e Complexo Porto Belo. O objetivo deste trabalho é atualizar o contexto lito-estrutural da região noroeste do batólito, em escala 1:50.000, a partir da integração de mapeamentos de detalhe. Os mapas geológicos utilizados foram dos projetos Vidal Ramos-Biguaçu (Trainini et al. 1978), Lagoa-Florianópolis (Zanini et al. 1997) com novos dados do projeto Angelina (Geologia USP, 2015). Uma vez que o foco do trabalho são as rochas graníticas do Batólito Florianópolis, considerou-se o Grupo Brusque (a norte) e as rochas da Bacia do Paraná (a oeste) como unidades indiscriminadas. Após a integração inicial, a análise de contatos foi refinada a partir de dados geofísicos do projeto Aerogeofísico Paraná-Santa Catarina (DNPM-CPRM), do qual foram obtidos perfis aeromagnetométricos e aerogamaespectrométricos (K, Th e U) de alta resolução. O espaçamento entre as linhas de voo é de 250/500m com direção N-S e linhas de controle com 10km, com direção de voo E-W com altura média 100m. As estruturas principais foram marcadas a partir da análise de relevo sombreado. Os dados prévios da região mostravam um domínio de granitóides deformados, por vezes formando migmatitos, os quais eram agrupados na Suíte Águas Mornas. A partir dos dados de mapeamento do projeto Angelina, considerável porção da área foi identificada como variação entre biotita-monzogranitos e anfibólio-sienogranitos das suítes Rolador (ca. 631 - 609 Ma) e Fernandes (623 – 604 Ma), respectivamente, associados à zona de cisalhamento. Esses dados indicam uma inflexão do magmatismo da zona de cisalhamento na direção SW, que é complementada pela ocorrência da associação Picadas (631 – 598 Ma) em uma janela estratigráfica na Bacia do Paraná. Essa associação é composta por biotita monzogranitos com hornblenda que relacionam-se geneticamente às suítes Rolador e Fernandes. Os granitóides Santo Antônio ocorrem a sul, compostos por sieno a monzogranitos com foliação em alto ângulo. A Suíte São Pedro de Alcântara, presente na região leste da área, tem variação interna de tonalitos, mais antigos (611 – 608 Ma) e localizados na borda do corpo, a monzogranitos e granodioritos mais jovens (ca. 594 – 579 Ma), nas porções centrais. O biotita-sienogranito Angelina, associado aos estágios finais do magmatismo do batólito, ocorre na região centro-leste da área. A atualização do mapa geológico do NW do Batólito Florianópolis, em particular com os dados de mapeamento de Angelina, aliado ao mapa ternário gamaespectrométrico em RGB (K, Th e U) proporcionou maior acurácia na definição da geometria dos corpos. Além disso, o mapa integrado modifica o que se conhecia da região, sobretudo acerca da continuidade do magmatismo associado à Zona de Cisalhamento Major Gercino.

Palavras Chave

Cinturão Dom Feliciano; Batólito Florianópolis; Zona de Cisalhamento Major Gercino;

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Ana Clara Santana Jardim Vidal Ferreira, Miguel Angelo Stipp Basei, Valdecir Assis Janasi, Julia Tatsue Fogaça Saijo