51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CATODOLUMINESCÊNCIA NA CARACTERIZAÇÃO DE FOSFORITOS DO CRETÁCEO DA FORMAÇÃO PLAENERS (COLÔMBIA)

Texto do resumo

A crescente relevância de fertilizantes ricos em NPK para agricultura aquece os estudos de detalhe para rochas enriquecidas nestes componentes, desta forma, rochas sedimentares fosforíticas como os da Formação Plaeners, Cretáceo da Colômbia, representam uma oportunidade de estudar depósitos de fósforo de interesse econômico e científico. Estes depósitos pertencem a Província Fosfogênica Tethyana, com associações de fósseis fosfatizados, biosilicosos e detritos ricos em matéria orgânica de ambientes costeiros com ampla ocorrência de ressurgências, posteriormente retrabalhados pela ação de ondas. Estes fosforitos foram classificados anteriormente como fosfalutito e biofosfarenito. Nesta pesquisa estas rochas foram submetidas a análise de catodoluminescência (CL) com objetivo de averiguar as mudanças diagenéticas que as afetaram. Os fosfalutitos são compostos por matriz fina de fosfatos com luminescência roxa azulada a roxa acinzentada, grãos de quartzo detrítico de tamanho silte a areia muito fina com luminescência cinza a não luminescente, além de precipitados de sílica preenchendo poros e feições de dissolução descontínuas. Os biofosfarenitos possuem grãos fosfatados de pelóides, intraclastos e bioclastos, fósseis carbonáticos de conchas de bivalves e foraminíferos, além de cimento de calcita poiquilotópica e vênulas de fosfato. Nesta microfácies as partículas fosfáticas possuem luminescência acinzentada a roxo escuro azulada, enquanto os fósseis carbonáticos apresentam luminescência vermelha a vermelha escura. Alguns grãos de peloides fosfatizados apresentam luminescência amarelo clara. Os intraclastos são caracterizados por uma matriz fina fosfática com luminescência roxa escura e grãos de quartzo com luminescência azul clara. Com a CL também é possível observar as fases de cimentação, dissolução e fosfatização que ocorreram nestes depósitos. O cimento de calcita poiquilotópica exibe luminescência vermelha clara a vermelha escura, sendo que no contato com os grãos ela fica marrom amarelada. As vênulas de fosfatos ocorrem restritas a alguns grãos peloidais e exibem luminescência roxo clara azulada. Alguns bioclastos carbonáticos exibem luminescência vermelha escura nas bordas e não luminescência no centro que indica a presença de calcitas magnesianas e ferrosas, respectivamente. Com a CL a dissolução por pressão fica mais nítida, sendo observada nas bordas corroídas dos constituintes a presença de material fosfático com luminescência cinza escura a não luminescente. Os grãos peloidais e intraclastos parecem ser originalmente de fosfatos, e talvez por isso exibem luminescências mais escuras que as vênulas fosfáticas que são diagenéticas. Estes grãos frequentemente possuem fendas semelhantes a gretas que sugerem um ressecamento que pode ter ocorrido durante o soterramento, estas fendas são preenchidas por calcita. A ocorrência de partículas fosfatizadas provavelmente tem relação com os eventos de ressurgência que fornecem fluidos diagenéticos para a alteração destas partículas. Os grãos carbonáticos foram modificados durante a diagênese como indicado pela presença de calcita ferrosa substituindo parcialmente alguns destes bioclastos. A cimentação de calcita poiquilotópica pode estar relacionada a diagênese de soterramento o que pode ter causado a luminescência vermelha escura. Em resumo, a aplicação de CL em rochas fosfáticas pode ser uma ferramenta para o entendimento da evolução dos processos diagenéticos em depósitos ricos em NPK.

Palavras Chave

Fosfatos; diagênese; microfácies; Análise Qualitativa.

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Julyana Cruz Piedade, Lucas Sousa Cruz, Erick Mateus Lima Oliveira, Pedro Augusto Santos Silva, Joelson Lima Soares