51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ARQUITETURA DE FÁCIES VULCÂNICAS DA FORMAÇÃO VALE DO SOL NOS MUNICÍPIOS DE CAÇADOR, VIDEIRA E JOAÇABA E IMPLICAÇÕES PARA ARMAZENAMENTO DE CO2

Texto do resumo

A Província Basáltica do Paraná está inserida no Grupo Serra Geral da Bacia do Paraná, composta por basaltos toleíticos a andesitos-basaltos. Em termos geoquímicos, as suítes são divididas em baixo e alto TiO2. A suíte de baixo (TiO2<2%) está localizada no Sul e subdividida em Gramado e Esmeralda. A de alto (TiO2>2%) está no Norte e subdividida em Pitanga, Paranapanema, Ribeira e Urubici. A nomenclatura geoquímica do Sul foi atualizada para uma terminologia relacionada à vulcanologia física. O magma-tipo Gramado foi dividido em Formação Torres e Vale do Sol. De acordo com a estratigrafia, a base é representada pela Formação Botucatu, acima dos arenitos está a Formação Torres, sobreposta pela Vale do Sol. A Formação Palmas cobre Torres e Vale do Sol, já a Formação Esmeralda representa o topo. A área de estudo teve como foco a porção Sul, mais especificamente uma parcela da Formação Vale do Sol em Santa Catarina nos municípios de Caçador, Videira e Joaçaba. O objetivo do trabalho é caracterizar diferentes arquiteturas de fácies vulcânicas basálticas e implicações para o armazenamento de CO2. O método empregado envolveu o reconhecimento das rochas em campo, em afloramentos nas pedreiras e em cortes de estradas. Nos afloramentos visitados, as litologias encontradas foram basalto maciço, basaltos vesiculares e/ou amigdaloidal e peperitos. O contato entre basaltos e peperitos foi encontrado em praticamente todos os afloramentos. O basalto tem granulação muito fina a fina, com fenocristais de feldspato e minerais máficos em algumas porções e zonas de concentração de vesículas/amígdalas. Zonas de alteração de espessura milimétrica e coloração avermelhada ressaltam o acamamento magmático do fluxo. Os basaltos vesiculares têm vesículas esparsas de tamanho milimétrico a centimétrico com formatos circulares, às vezes, irregulares ou achatados. O basalto amigdaloidal é preenchido por minerais secundários (zeólita, calcita, quartzo e material de coloração escura) de tamanho milimétrico a centimétrico com formato circular a elíptico. Diversos parâmetros associados a migração de voláteis (bolhas/vesículas) são identificados: a) vesículas/amígdalas do tipo pipe sugestivas da ascensão dos voláteis no derrame; b) coalescência e estiramento de vesículas vinculadas ao fluxo; c) zonas sub-horizontais de amígdalas e d) zonas irregulares de concentração de vesículas e amígdalas. As interações entre lava e sedimento são representadas pela ocorrência de peperitos. Fragmentos de basalto amigdaloidal ou maciço imersos em matriz arenosa ou síltica-argilosa, com coloração rosada são frequentes. A matriz pode ocorrer parcialmente recristalizada, substituída por quartzo cristalino. O tamanho dos fragmentos varia de centimétrico a decimétrico, com contornos variados, desde amebóide ou serrilhado, com aspecto globular, anguloso e, raramente, fluidal. O contato entre o basalto e o peperito é irregular, curviplanar, destacado por uma zona de transição, marcada por vesículas e amígdalas orientadas com o fluxo. Sendo assim, é possível definir uma arquitetura de fácies para essas litologias, o peperito é a base da litoestratigrafia seguido por basalto amigdaloidal, maciço ou vesicular. As características identificadas nos basaltos estudados apontam para um potencial relevante para armazenamento de CO2. A porosidade relativa dos basaltos vesiculares em conjunto com a presença de minerais máficos (piroxênio) são indicativos para carbonatação mineral induzida.

Palavras Chave

basalto; peperito; vesículas; armazenamento de carbono.

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Bruna Vale de Oliveira, Alan Wanderley Albuquerque Miranda, Artur Corval Vieira, Mayara Dias Reis, Sérgio de Castro Valente, Anderson Costa dos Santos