51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO PETROGŔAFICA DAS VÊNULAS MINERALIZADAS DO DEPÓSITO DE COBRE DE BOM JARDIM DE GOIÁS

Texto do resumo

O depósito de cobre de Bom Jardim de Goiás, localizado na borda oeste do Arco Magmático de Arenópolis, zona sul do Arco Magmático de Goiás (Pimentel et al., 1997), é hospedado em tufos finos de composição intermediária, que constituem parte da Formação Córrego da Aldeia (Seer et al., 2010). Tais rochas são provenientes de magmas cálcio-alcalinos, formados em ambientes de arcos vulcânicos do Neoproterozoico (Seer, 1985; Guimarães, 2007).
A mineralização está associada a um sistema de vênulas/veios e brechas hidrotermais subordinadas, ocorrendo de forma disseminada a maciça. A alteração hidrotermal é caracterizada por silicificação associada à cloritização, que compõem as vênulas e estão associadas à presença de sulfetação (Oliveira et al., 2014).
Esta pesquisa busca aprofundar o conhecimento acerca da petrologia e mineralogia do depósito, onde foram feitas descrições de lâminas polidas de testemunhos de sondagem realizados em 2023, nas porções nordeste e centro-oeste do depósito.
Assim como descrito por Seer et al. (2020), a matriz do tufo cinerítico é composta por material criptocristalino de coloração amarronzada, enquanto que os tufos de cristal possuem matrizes quartzo-feldspáticas com granulação de fina a média. As zonas de alteração mais distais à mineralização de cobre são caracterizadas por silicificação, representada por vênulas/microvênulas com quartzo microcristalino. Estas porções apresentam baixa sulfetação (pirita e traço de calcopirita), comumente disseminada na rocha.
As zonas de alteração proximais à mineralização de cobre são caracterizadas por cloritização e carbonatação. As vênulas mineralizadas ocorrem por vezes na forma de stockworks, sendo o halo interno composto por carbonato e o halo externo por quartzo microcristalino e albita. Os cristais de albita são, ocasionalmente, alterados pela carbonatação. As vênulas mineralizadas são compostas por calcopirita (tanto maciça quanto granular a anédrica) em paragênese com clorita, em menor proporção, sericita, carbonato e pirita. A orientação principal de tais vênulas é N10W/80E.
Segundo Guimarães (2007), as vênulas mais abundantes são compostas por quartzo+clorita+carbonato, sendo as mais tardias; já as paragêneses quartzo+biotita+clorita+pirita+calcopirita+carbonato+titanita+actinolita+epidoto+plagioclásio e pirita+calcopirita+quartzo+clorita são associadas à mineralização. Tais relações foram observadas nas descrições, porém notou-se que a mineralização está diretamente relacionada com a presença de clorita e carbonato, enquanto que os outros minerais, como actinolita e epidoto, são alterações menos expressivas. A Pirrotita ocorre em vênulas relacionadas ao halo de alteração hidrotermal distal, em associação com a silicificação. Ocorre, também, magnetita de hábito lamelar (mushketovita?), e minerais acessórios, como escapolita, epidoto, zircão, clinozoisita, apatita e hematita.
Alguns minerais detectados compõem uma paragênese com características composicionais distintas das descrições previamente realizadas no depósito de Bom Jardim (Guimarães et al., 2007; Seer et al., 2020), podendo ter implicações metalogenéticas. Posteriormente, serão realizadas investigações com Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) para detalhar os diferentes halos de alteração hidrotermal e dos veios mineralizados.

Palavras Chave

Bom Jardim de Goiás; Metalogenia; Petrologia; Mineralogia.

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Liandra Gabrielly Nascimento Martins, Estela Leal Chagas Nascimento, Felipe Lima Silva, Isabela Araújo Barbosa Euzébio