Dados da Submissão
Título
DA GEOLOGIA AO GEOPARQUE: O CASO DO SERIDÓ GEOPARQUE MUNDIAL DA UNESCO, RIO GRANDE DO NORTE, NORDESTE DO BRASIL
Texto do resumo
O Programa Internacional de Geociências e Geoparques é o carro-chefe da UNESCO para apoiar pesquisas na Ciências da Terra, com os Geoparques Mundiais da UNESCO sendo laboratórios para desenvolvimento sustentável e que promovem o geopatrimônio e a sustentabilidade das comunidades locais. Desta forma, a base de um geoparque passa por um amplo conhecimento sobre as características geológicas do território. Assim, este trabalho objetiva apresentar as características geológicos do território do Seridó Geoparque Mundial da UNESCO (Seridó GMU) e como elas estão envolvidas nas inúmeras ações de conservação, educação e turismo. Para isso foi realizada uma ampla pesquisa acerca de publicações ligadas à geologia do território, bem como sobre as diferentes ações realizadas nos últimos dois anos de chancela da UNESCO. O território do Seridó GMU possui registros da formação do Supercontinente Gondwana, na era Neoproteozoica (600 a 540 Ma), bem como registra evidências da quebra do Pangea, no período Cretáceo (130 a 90 Ma), e de atividade vulcânica no Oligoceno-Mioceno (25 a 7 Ma). As rochas mais antigas são agrupadas no Complexo Caicó, formado por litotipos metamórficos (ortognaisses e augen gnaisses). Porém, a maior parte da geodiversidade do território foi gerada durante a formação do Gondwana, entre 640 e 500 Ma. Na parte mais antiga deste intervalo, os sedimentos continentais e marinhos que se acumularam foram deformados e metamorfizados, gerando as rochas do Grupo Seridó. Este é dividido nas formações Jucurutu (paragnaisses, mármores e calcissilicáticas), Equador (quartzitos e metaconglomerados) e Seridó (xistos de diferentes graus metamórficos). Rochas graníticas/dioríticas formadas entre 580 e 540 Ma modelam os principais contornos das paisagens no território em vários inselbergs. Já entre 515 e 510 Ma houve a formação dos pegmatitos. Registros da fragmentação do Gondwana no Cretáceo são encontrados na forma de diques de diabásio, de direção E-W e com cerca de 130 Ma. As serras que possuem o topo plano, conhecidas por platôs, estão cobertas por rochas sedimentares (arenitos e conglomerados) formadas no Período Paleogeno (entre 64 e 25 Ma) e relacionados com a Formação Serra do Martins. O território ainda apresenta registros de um evento raro no Brasil, formado por basaltos de 25 Ma, com formação de disjunções colunares e nódulos de peridotitos. Por fim, cobrindo toda essas unidades geológicas ocorrem diferentes tipos de sedimentos quaternários. Ações voltadas a tríade Conservação, Educação e Turismo são premissas básicas para qualquer geoparque mundial. No Seridó GMU não seria diferente, assim a Conservação se dá com várias ações em inúmeros geossítios, sempre com a finalidade de conservá-lo para uso adequado; com relação a Educação o Projeto “Os 5 Sentidos do Geoparque Seridó” consegue levar conhecimento geológico aos diferente níveis de ensino, sejam eles infantil, fundamental, médio ou superior; e no Turismo a tradução dessas informações geológicas possibilita, de forma lúdica, popularizar conhecimento geocientífico para os visitantes. Assim, o Seridó GMU demonstra que, além de ser a ciência primordial em um geoparque, a geologia pode colaborar com o desenvolvimento territorial sustentável de uma região, no extremo NE do Brasil.
Palavras Chave
Geociências; conhecimento; popularização; ENSINO
Área
TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação
Autores/Proponentes
Marcos Antonio Leite Nascimento, Matheus Lisboa Nobre Silva, Silas Samuel Santos Costa, Debora Carmo Sousa