51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ANÁLISE QUÍMICA E PETROGRÁFICA DE METEORITO CONDRÍTICO NWA: UMA BRECHA GENOMÍTICA LL 3.5-6

Texto do resumo

Resumo: O presente trabalho apresenta uma análise química e petrográfica de um meteorito condrítico NWA (Northwest Africa), utilizando métodos analíticos como microscopia óptica, microscopia de varredura (MEV) e microanálises por microssonda eletrônica (EPMA) por EDS e WDS. O exemplar foi adquirido pelo colecionador Sr. Alessandro Takeda de um comerciante em 2018, Sr. Assu Moujan, do Noroeste da África, provavelmente do Marrocos. O proprietário doou este espécime ao Instituto de Geociências (IGc-USP) para análise detalhada. Parte dele foi para o Museu de Geociências e outra foi usada para preparar as lâminas delgadas.
O meteorito corresponde a um pequeno fragmento de cor cinza escura, com cerca de 2 cm de comprimento, apresentando formato retangular caracterizado por bordas arredondadas e retilíneas que evidenciam as superfícies de fraturamento. Também expõe uma fina crosta de fusão, além de veios de fusão por choque visíveis a olho nu.
A amostra se trata de uma brecha condrítica composta por diversos tipos de clastos, com limites variando de bem definidos a moderadamente bem definidos (2,60-0,20 mm) associados a uma matriz clástica seriada fina a muito fina (0,2-0,001 mm). A maioria dos clastos abrangem côndrulos bem arredondados, côndrulos com bordas rompidas, pequenos fragmentos de côndrulos, clastos líticos angulosos e fragmentos de minerais, sem sinais óbvios de oxidação significativa. Eles apresentam texturas POP, PP e PO, embora texturas BO, C, GOP e mesclas de textura também ocorram. Não foram encontradas inclusões CAI ou AOA, apenas um único cristal euédrico de espinélio bem desenvolvido. O estágio de choque do meteorito varia de S2 a S4. O grau de intemperismo da rocha foi determinado como Tipo A em amostra de mão e como Tipo W1 por microscopia óptica. A mineralogia consiste em Ol, Px (alto-Ca e baixo-Ca), Fsp, Chr, Mer, Ap e Spl, bem como metais e sulfetos, incluindo kamacita (0,57-0,82 vol%), taenita (0,45-2,74 vol%) e troilita (5,40-6,87 vol%).

Os dados obtidos em microssonda eletrônica foram agrupados por tipo petrológico, as composições químicas de olivina e piroxênio baixo-Ca são respectivamente: tipo 3, Fa12,9-42,1; tipo 4, Fa27,3-28,2 e Fs21,9-31,8; tipo 4 ou 5, Fa25,7-27,5 e Fs18,6-23,4; tipo 5 Fa25,8-32,0 e Fs23,8-26,6; tipo 6 Fa30,0-30,2 e Fs15,3-24,8. Já os feldspatos apresentam composição Or0,3-51,5, An9,4-81,8 e Ab17,8-88,5 (n = 28). Quanto aos metais: taenita (Ni = 32.05-44.01 wt%, n = 12) e kamacita (Ni = 4.32-5.82 wt%, n = 9). As assinaturas químicas das olivinas e dos piroxênios na rocha variam de clastos desequilibrados com forte zoneamento químico (tipo petrológico 3.5) a clastos equilibrados com pouco ou nenhum zoneamento químico (tipos petrológicos 4-6), com predominância de clastos dos tipos 4 e 5.
De acordo com os dados obtidos, pode-se concluir que o meteorito corresponde a uma brecha genomítica condrítica LL3.5-6, com estágio de choque S2-S4 e uma grande diversidade textural.

Palavras Chave

Classificação de Meteoritos; Condritos; Brechas; NWA (Northwest Africa).

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Milena Ellen Silva, Gaston Eduardo Enrich Rojas, Gabriel Gonçalves