Dados da Submissão
Título
AVALIAÇÃO HIDROSSEDIMENTOLÓGICA NA BACIA DO RIO DE ONDAS
Texto do resumo
Devido às constantes alterações nas bacias hidrográficas tem se tornado cada vez mais evidente os impactos decorrentes das atividades antrópicas. Fenômenos esses que englobam mudanças nos regimes pluviométricos e redução nas vazões dos rios, alterando consequentemente o ciclo hidrossedimentológico. Entre as alterações antrópicas capazes de alterar essa dinâmica destaca-se a conversão de áreas de Cerrado em agropecuárias.
No Brasil as atividades agropecuárias, durante o processo de interiorização, foram responsáveis pela remoção do Cerrado. Apesar da implantação de áreas agrícolas e pastagens bem manejadas também reterem o sedimento, ainda existe uma lacuna no conhecimento a respeito dessa dinâmica no Oeste da Bahia, em especial na bacia do Rio de Ondas. Ainda que a mesma seja utilizada para o abastecimento público, atividades turísticas e irrigação, existe uma lacuna em seu monitoramento hidrossedimentológico.
A ausência de dados justifica a execução de atividades de monitoramento periódico para a quantificação do material particulado em suspensão na bacia do Rio de Ondas. Assim, o objetivo do presente trabalho foi monitorar em dois períodos, chuvoso e estiagem, 10 pontos amostrais na bacia para identificar as áreas com maior concentração de Material Particulado em Suspensão (MPS).
A metodologia se baseou em amostragens pontuais distribuídas em áreas previamente selecionadas, em dois períodos distintos - chuvoso e estiagem - de forma a contemplar as diversas atividades presentes na bacia por meio de 10 pontos amostrais. As amostragens foram realizadas por meio de garrafas de 1 litro com o auxílio de uma haste. Para a quantificação do MPS foi utilizado o método proposto por (ANEEL, 2000), onde a concentração é determinada pelo peso seco do sedimento em suspensão contido na amostra em relação ao volume total, conforme equação abaixo. Ainda, foram realizadas uma análise de estatísticas descritiva básica para compreender o comportamento e distribuição dos resultados.
Cs=pV, sendo: Cs - concentração do sedimento (mg/l)
p - peso seco do sedimento (mg) V - volume da mistura água-sedimento (mg/l)
Após análise dos dados ficou evidenciado que, mesmo a primeira campanha sendo realizada no final do período de chuvas, houve maior concentração de MPS, máximo de 12,1 mg/L, contra 7,32 mg/L do período de estiagem. Consequentemente os valores de turbidez acompanhou essa tendência, apontando uma forte correlação com o MPS, R²=0,93, no período de chuvas, com valores máximos de 18,9 NTU. Porém não se observou essa forte relação para o período de estiagem, R²=0,44.
A baixa correlação na estiagem chamou a atenção para dois pontos amostrais onde mesmo para o período os valores de MPS estavam acima da média. Esses pontos, oriundos do mesmo tributário do Rio de Ondas, Riacho Cabeceira das Lajes, apresentaram concentrações de MPS de 5,54 e 7,32 mg/L e turbidez de 7,17 e 9,38 NTU. Outro ponto amostral que merece atenção é o 10, onde encontra-se no Rio de Pedras, tributário do Rio de Ondas, e mesmo estando localizado na cabeceira apresentou valor destoante de outros pontos a jusante. Dada a natureza da pesquisa, que consiste no monitoramento da bacia do Rio de Ondas, faz se necessário a continuidade periódica do monitoramento hidrossedimentológico. Além disso, merece atenção a área da bacia hidrográfica do Riacho Cabeceira das Lajes onde foram identificadas concentrações de MPS e turbidez acima da média dos pontos analisados, em ambos os períodos.
Palavras Chave
monitoramento; sedimento; hidrossedimentometria
Área
TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais
Autores/Proponentes
Lazaro Santos Brito, Uilton Mata Jesus, Elton Souza Oliveira