Dados da Submissão

Título

DESCRIÇÃO DE FÁCIES DE ROCHAS DO COMPLEXO CARAÍBA, VALE DO CURAÇÁ, FAIXA SETENTRIONAL DO CRÁTON SÃO FRANCISCO, BAHIA

Texto do resumo

O Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá (CISC), é uma unidade geológica formada a partir de um evento tectônico designado de orogenia Bahia-Minas de idade Paleoproterozoica, o qual resultou da amalgamação de blocos Arqueanos, como o Bloco Gavião, Jequié e Serrinha. O CISC é composto pelos complexos metamórficos Caraíba, Tanque Novo-Ipirá e pela Suíte José do Jacuípe, além de rochas granitoides intrusivas. O Vale do Curaçá está inserido nesse contexto evolutivo e é importante porque é uma região que compreende uma importante Província Cuprífera. O objetivo deste trabalho é a identificação e caracterização 58,2 m em um testemunho de sondagem do complexo Caraíba. A finalidade é investigar a distribuição das fácies de minério e identificar sua relação com as rochas hospedeiras. A metodologia consistiu de revisão bibliográfica e descrição macroscópica do testemunho em escala 1:10. Foram identificados anortosito, piroxenito e gabro como rochas hospedeiras da mineralização, cloritito como rocha produto da alteração hidrotermal. As rochas hospedeiras apresentam granulação fina a grossa, xistosidade como textura e estruturas primárias ou secundárias, que por vezes são obliteradas. O grau de alteração hidrotermal varia de incipiente a forte, enquanto a alteração intempérica é restrita à porção mais próximo a superfície no topo do testemunho. São observadas quatro fácies de alteração hidrotermal que podem se sobrepor: (i) sulfetação (sulfetos de Fe-Cu); (ii) potassificação (flogopita); (iii) cloritização (clorita); (iv) carbonatação (carbonatos). Os minerais de alteração observados nas rochas ocorrem distribuídos em concentrações variadas nos diversos litotipos, sendo as mineralizações de sulfetos de Cu-Fe representadas por calcopirita, bornita e pirrotita. Eles ocorrem de forma cumulatica, em zonas irregulares como pods e nódulos (bolsões) disseminados. Enquanto isso, a presença de flogopita se torna expressiva relacionados a alterção hidrotermal em rochas ultramáficas como piroxenitos podendo ter mineralizações de sulfetos associados a margem do limite da alteração. Por último, o cloritito formado por alteração de rochas máficas e os carbonatos que estão relacionados a regimes rúpteis, com evidências de estrias, cortando todos os litotipos. Neste contexto, diferentes processos foram atuantes para a formação das rochas hospedeiras, sendo sugerido que corpos máficos-ultramáficos podem ter se formado durante o Neoarqueano intrudindo os blocos arqueanos do embasamento. Enquanto as mineralizações que hospedam esses corpos são do paleoproterozoico, com os sulfetos formados durante a alteração mineralógica em que ocorreu ao longo do processo metamórfico. Os depósitos de cobre são interpretados como um sistema mineralizante ortomagmático e foram sobreposto e enriquecidos por um sistema hidrotermal IOCG (Iron Oxide Copper Gold) epigenético em que o alto teor de flogopita nas rochas descritas apoiam a interpretação.

Palavras Chave

Vale do Curaçá; Cobre; Cráton São Francisco; Geologia Ecônomica