Dados da Submissão

Título

ESPECTROSCOPIA DO VISÍVEL E INFRAVERMELHO DE MINERAIS DE ALTERAÇÃO HIDROTERMAL NAS MINERALIZAÇÕES DO CINTURÃO SUL DO COBRE – PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS

Texto do resumo

Na prospecção mineral de depósitos hidrotermais a espectroscopia de reflectância no visível e infravermelho (ER) é ferramenta importante para caracterização das assembleias de alteração e identificação de vetores das mineralizações. A técnica baseia-se em gráficos (assinaturas) da variação da intensidade da energia refletida pelos materiais com relação à energia luminosa incidente no intervalo de 350 a 2500 nm. Bibliotecas de assinaturas espectrais constituem a base de referência para identificação mineral dos dados analíticos.
Neste trabalho organizou-se a biblioteca espectral das assembleias minerais associadas às rochas hospedeiras e encaixantes das mineralizações de cobre do Cinturão Sul do Cobre (CSC) - Província Carajás por meio da análise por ER de 169 amostras de afloramentos e 19 de dois testemunhos de sondagem no depósito de cobre de Pedra Branca. Considerando os 10 mm de diâmetro da sonda analítica de contato e a granulação entre fina e média das rochas, as assinaturas representam misturas espectrais e as feições de absorção são as diagnósticas para identificação das fases minerais.
Os resultados apresentados referem-se à caracterização espectro-mineralógica das assembleias de alteração hidrotermal em rochas máficas, granitoides, subvulcânicas félsicas e hidrotermalitos. Em todos estes grupos a clorita de composição ferromagnesiana é o mineral mais comum. Nas rochas máficas este mineral ocorre em misturas espectrais com escapolita, epidoto, mica branca (potássica a fengítica), actinolita (associada ou não com hornblenda) e rara calcita; minerais de cobre identificados são malaquita e calcopirita. Nos granitoides clorita ocorre em mistura espectral com biotita e/ou hornblenda, escapolita, epidoto, mica branca potássica e actinolita (esta associada a calcopirita). Nas subvulcânicas félsicas a malaquita foi o mineral de cobre identificado e as misturas da clorita são com hornblenda, escapolita, mica branca e biotita. Nos hidrotermalitos também foi identificada clorita ferroana e as misturas espectrais de clorita são com ferro-carbonato, epidoto, mica branca (potássica a fengítica) e malaquita.
Para o conjunto estudado as feições diagnósticas podem ser assim sintetizadas (valores aproximados em nanômetros): actinolita (dupla 2315-2300, 2385); biotita (2250, 2330, 900, 1165); calcopirita (415, 925); Fe-clorita (2260, 2355, 740, 920, 1130); FeMg-clorita (2255, 2345, 740, 920, 1120); epidoto (2340, 2255, 1545, 1830); escapolita (dupla 1480-1410, 2335); hornblenda (2320-2330, 2390-2400); malaquita (830, 2270); mica branca muscovítica a fengítica (2190-2220, 1410).
Nos testemunhos do depósito Pedra Branca, nos intervalos descritos como zona mineralizada, a ER identificou calcopirita e FeMg-clorita. Nas zonas hidrotermalizadas adjacentes clorita se associa a epidoto, escapolita, actinolita e mica branca.
Em síntese, os minerais de minério e de alteração hidrotermal identificados pela ER nas amostras do CSC são aqueles também descritos na literatura a partir de métodos convencionais (p. ex., petrografia) No entanto, para a indústria mineral, o rastreamento automático de minerais farejadores do minério tem grande utilidade prática quando da necessidade de resposta rápida na tomada de decisões, como no caso de grande volume de dados provenientes de varreduras espectrais em testemunhos de sondagem. Portanto, nos últimos anos, o levantamento de bibliotecas espectrais para depósitos minerais brasileiros representa um ramo importante de pesquisa.

Palavras Chave

Espectroscopia do visível e infravermelho; Cinturão Sul do Cobre; Província Mineral de Carajás