Dados da Submissão

Título

ASPECTOS GEOLÓGICOS PARA A UTILIZAÇÃO DE ESTÉREIS E REJEITOS DA CADEIA PRODUTIVA DE ROCHAS ORNAMENTAIS COMO REMINERALIZADORES DE SOLOS AGRÍCOLAS

Texto do resumo

A necessidade de uso intensivo de fertilizantes químicos e a dependência externa para o fornecimento destes insumos são considerados fatores de risco para a segurança alimentar e, consequentemente, para a economia do País. Os conflitos diplomáticos existentes entre Rússia e Ucrânia, com adesão da Bielorrússia, intensificaram esta problemática, forçando a cadeia produtiva do agronegócio a romper paradigmas em busca de fontes alternativas de fertilização e correção dos solos agrícolas. Dentre as possíveis alternativas, o uso de pó de rochas tem-se destacado cientificamente, com crescente inserção da técnica de rochagem na rotina das propriedades rurais. A recomendação e utilização dos remineralizadores no manejo da fertilidade dos solos agrícolas apresenta desafios técnicos, riscos e oportunidades, sendo necessário considerar vários aspectos além do seu potencial agronômico, como a economicidade da aplicação, influência no nível de fornecimento de nutrientes, os riscos de contaminação ou de poluição dos solos e a natureza e a diversidade geológica nacional. Os efeitos diretos do uso dos remineralizadores nos solos dependem da composição química, mineralógica e granulométrica das rochas, específicas de cada material, fatores estes que interferem diretamente no potencial de reatividade destes materiais com o solo e com a planta. Dentre a diversidade geológica de rochas existentes, classificam-se cinco tipos de fontes de rochas silicáticas para o desenvolvimento de potenciais remineralizadores de solos, sendo: magnesiano (ultramáficas), cálcio-magnesiano-potássico (ultramáficas alcalinas), cálcio-magnesiano (básicas), cálcico (calcissilicáticas) e potássico (alcalinas, ricas em biotita e em glauconita). O objetivo com este trabalho foi analisar os aspectos geológicos de diferentes estéreis e rejeitos da cadeia produtiva de rochas ornamentais como potenciais remineralizadores de solos agrícolas. As rochas utilizadas neste estudo incluem quatro sienitos (SI1, SI2, SI3 e SI4), dois gabronoritos (GN1 e GN2) e um charnockito (CK). Com metodología intrínseca a Instrução Normativa 05/2016, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abatecimento – MAPA, os aspectos analisados neste trabalho corresponderam a análise granulométrica dos materiais, assim como sua soma de bases totais de cálcio, magnésio e potássio na forma de óxidos (CaO + MgO + K2O), teor mínimo de K2O, conteúdo máximo de quartzo (sílica livre), concentração máxima de elementos potencialmente tóxicos (arsênio, cádmio, mercúrio e chumbo), obtidos através dos processos de Fluorescência de Raios X – FRX, Difração de Raios X – DRX, Análise de Rietveld e solubilização. Com os resultados obtidos é possivel evidenciar que todas as rochas selecionadas atendem aos requisitos mínimos e máximos previstos na IN MAPA 05/2016, sendo a análise do teor mínimo de K2O e o conteúdo máximo de quartzo presentes na composição das rochas os aspectos de maior importância para a definição dos potenciais remineralizadores de solos agrícolas, sendo necessária, no entanto, a validação experimental em casa de vegetação ou a campo, em larga escala (no tempo e no espaço), com estudos de médio e longo prazos, levando em consideração as características singulares de cada material.

Palavras Chave

agrominerais; Resíduos; Fertilização; Rochagem.