Dados da Submissão

Título

ANÁLISE TEXTURAL DE UM GRANITO MINERALIZADO A PARTIR DA TÉCNICA DE MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X

Texto do resumo

O estudo das rochas ocorre principalmente a partir da técnica de petrografia que possibilita a identificação da assembleia mineralógica e de aspectos texturais e estruturais, trazendo informações do ambiente de formação e da ação de processos posteriores. Nesse contexto, a técnica de microtomografia computadorizada de raios X, micro-CT, apresenta-se como técnica complementar que permite a obtenção de imagens e de modelo tridimensional das amostras, com enfoque nas feições texturais e estruturais.
Neste trabalho foram analisadas duas amostras de granito silicificado e sericitizado, constituído por quartzo, moscovita, epidoto, pirita e zircão, sendo essas informações oriundas da análise petrográfica. Ambas as amostras (de dimensões distintas) foram escaneadas no microtomógrafo SkyScan 1172 (Bruker), com diferentes resoluções de aquisição: Amostra 1 (4,48 µm); Amostra 2 (1,69 µm). Após isso, os dados obtidos para cada amostra foram pré-processados a partir da reconstrução das seções e correção de artefatos, com o software NRecon. Nas etapas de processamento, foram geradas imagens microtomográficas e realizadas análises estatísticas, respectivamente com a utilização dos softwares CTAnalyser e CTVol.
A análise histogrâmica das imagens obtidas das amostras permitiu a separação de classes de atenuação que podem ser correlacionadas a diferentes fases minerais, além da obtenção de outras informações dos constituintes das amostras, como volume, aspectos texturais e comparações relativas de densidade. Com a aplicação da técnica de micro-CT, e devido às distintas atenuações ocorridas entre os constituintes da rocha e os raios X incidentes, identificou-se os mineriais goethita e ouro nas amostras.
As informações texturais e dos perfis de densidades mostraram classes de atenuação de raios X que podem ser associadas aos minerais identificados na petrografia: i) dois diferentes minerais silicáticos constituintes da ganga, na petrografia são quartzo e moscovita; ii) a pirita, que evidencia-se por apresentar textura poiquilítica; iii) uma fase mineral resultante da meteorização da pirita, denominada como goethita; iv) minerais prismáticos com duas assinaturas distintas, apresentando na técnica de micro-CT com densidades maiores que a pirita, alguns com hábito euédrico e outros com hábito acicular; e v) o ouro que ocorre associado a pirita e livre. As informações de densidades relativas obtidas pela técnica de micro-CT estão diretamente associadas aos componentes mineralógicos da rocha. Desse modo, indica-se para a Amostra 1 a existência de quatro classes de atenuação de raios X que podem ser correlacionadas aos seguintes minerais: ganga silicática (2,5 < d < 2,8 g/cm³), goethita (d = 4,28 g/cm³), pirita (d = 5,011 g/cm³) e ouro (d = 19,32 g/cm³). Para a Amostra 2, as classes observadas foram ganga, pirita, minerais euédricos de alta densidade (d >> 5,011 g/cm³) e ouro.
Por ser uma técnica não destrutiva e complementar, que possibilita a análise de bancos de dados com centenas de imagens microtomográficas e de modelos tridimensionais, a micro-CT gera informações relevantes sobre os aspectos texturais, com maior robustez e entendimento das propriedades físicas das amostras, em duas e três dimensões. Combinada à petrografia, a micro-CT possibilitou análise mais abrangente das amostras de rocha, com a identificação de classes de atenuação de raios X distintas, que podem ser correlacionadas com os minerais constituintes do granito mineralizado.

Palavras Chave

Microtomografia Computadorizada de Raios X; Micro-CT; Aspectos Texturais; Densidade Mineralógica; Atenuação de Raios X.