51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

COBALTO ASSOCIADO A CORPOS MN-GRAFITOSOS DA FAIXA KHONDALITICA MARANGATU (MG-.RJ)

Texto do resumo

A Faixa Khondalitica Marangatu – FKM estende-se desde Volta Grande (MG) prolongando-se pelo estado do Rio de Janeiro, até Itaperuna. Caracteristicamente, ela corresponde a um conjunto de rochas metassedimentares pertencentes a Megassequencia Andrelândia em justaposição com ortognaisses do Complexo Juiz de Fora, ambos metamorfizados em fácies granulito. Sua composição compreende gnaisses aluminosos (sill- gr gnaisse) em associação com qtz-bi(+_) granada, (+_ ) grafita gnaisse, anfibolitos, corpos manganesíferos- grafitosos, finos níveis Fe-exalítico (quartzo, granada, +_piroxênio) e, eventualmente, rochas calciossilicaticas.
As rochas da FKM apresentam-se dispostas linearmente, provavelmente em estruturas do tipo 'pinch and swell', segundo a direção NE-SW constituindo uma faixa de cerca de 100 km de extensão. Os seus litotipos mais característicos são o quartzo- biotita (+_) granada (+_) grafita (tipo flake) gnaisse, os corpos de Mn-grafita e os níveis exalíticos. Pela diversidade de litotipos envolvidos nessa sequência de rochas, a FKM foi considerada como tendo origem mista, apresentando componentes sedimentar, vulcânico e exalativo, com esses dois últimos associados a um possível evento fissural em fundo oceânico. A mineralização de Mn, deriva da laterização de camadas de gonditos que, de modo geral tem espessuras variando entre 2,0 m como em Volta Grande (MG) e Bonsucesso em Santo Antônio de Pádua (RJ) e 3,0 m como o corpo do Alto Limoeiro, em Itaperuna, RJ. Suas extensões são variáveis, entre uma a duas centenas de metros, como o da Fazenda Bela Vista em Volta Grande (MG). Cristais de espessartita ainda podem ser recuperados em algumas amostras do minério manganesífero, como nas do corpo que aflora nas imediações da Fazenda Palmeiras, onde alguns cristais estudados (MEV-EDS) apresentaram algumas inclusões sólidas representadas por bolhas constituídas, meio a meio, por pentlandita e pirrotita.
Trinta amostras foram retiradas dos corpos manganesíferos-grafitosos e de níveis Fe-exalíticos, encontrados na FKM para análises multielementares por ICP-MS em laboratório especializado. O cobalto mereceu destaque já que alguns teores obtidos mostraram-se interessantes, como os de duas amostras da área do Alto Limoeiro (Itaperuna, RJ), que atingiram valores de 858 ppm e 573 ppm de Co. Em Paraíso do Tobias os valores determinados foram de 444 ppm, 315 ppm e 268 ppm de Co e em Marangatu (Santo Antônio de Pádua) o teor foi de 443 ppm de Co. Amostras de Fe-exalitos, também foram alvo de análises para Co. Isso se deu em virtude da granada também apresentar manganês em sua composição (~ 34,0 % de FeOt e de ~ 11,0 % de MnO) o que leva a considerá-la como uma almandina-espessartita. Porém os resultados ficaram bem aquém dos obtidos para as amostras de óxido de manganês / grafita com um máximo registrado em Fe- exalito de 228 ppm de Co. O ambiente de geração (sedimentar exalativo) da FKM, possivelmente associado aos processo de laterização necessário para a formação do minério de Mn aí encontrado, constituiu um metalotecto favorável para a concentração de Co e chama a atenção para outras faixas manganesíferas presentes tanto no estado do RJ como em regiões limítrofes de MG e ES. Como, por exemplo, para a faixa que também apresenta presença de mineralizações de manganês e grafita (Faixa Khondalitica Natividade - RJ / Guaçui - Iuna, ES) onde uma amostra de manganês (gondito) coletada em Natividade apresentou 399 ppm de Co.

Palavras Chave

Cobalto; Khondalito; Mn-Grafitoso;

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Paulo Vicente Guimarães , Ronaldo Mello Pereira