51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL MINERAL DE PEGMATITOS NA PROVÍNCIA BORBOREMA BASEADA EM ASPECTOS TEXTURAIS E GEOQUÍMICOS

Texto do resumo

Pegmatitos são rochas ígneas que podem possuir altas concentrações de elementos de interesse econômico, como gemas (ex., berilo, topázio, esmeralda), metais (ex., Li, Ta, Nb, W, Mo, Sn) e minerais industriais (ex., feldspato, muscovita). Pegmatitos são classificados entre zonados e não zonados, conforme aspectos texturais e mineralógicos. Os pegmatitos zonados dividem-se em três tipos: zonas de cristalização primária, corpo de substituição e preenchimento de fraturas. Pegmatitos ricos em metais são geralmente zonados (1º tipo) caracterizados idealmente por; (i) uma zona de borda de espessura fina no contato com a rocha encaixante, composta por quartzo, feldspato potássico e muscovita; (ii) uma espessa camada de granulação grossa (wall zone) composta por feldspato com textura gráfica, quartzo, berilo, turmalina e muscovita; (iii) uma zona intermediária definida pela presença de feldspato potássico maciço, de dimensões métricas, orientado em direção ao núcleo e; (iv) um núcleo constituído majoritariamente por quartzo associado aos minerais ricos em elementos de interesse econômico. O processo de formação em pegmatitos zonados, se dá pela cristalização fracionada de um melt, das bordas ao centro do corpo. Durante esse processo, elementos voláteis (Li, Be, Ta, Nb) e fluidos (F, Cl, B, H2O) não utilizados nos primeiros estágios da cristalização se concentram no melt residual, juntamente com elementos incompatíveis (ex., Be, Rb, Cs, Li, Ga, Sc, Y, ETR, Sn, Nb, Ta, U, Th, Zr, Hf) que são incorporados aos minerais que se cristalizam próximo ao núcleo do corpo. Na Província Pegmatítica da Borborema (PPB), localizada na região Nordeste do Brasil, entre o Rio Grande do Norte e Paraíba, há uma grande quantidade de corpos pegmatíticos mineralizados de onde se extraem gemas (ex., turmalina paraíba) e columbita-tantalita, minerais minério de Nb e Ta. Esses pegmatitos, especialmente aqueles localizados na região de Picuí (RN), possuem feições indicativas de zonamento, como, textura gráfica e minerais orientados em relação ao núcleo. As semelhanças mineralógicas, morfológicas e texturais dos corpos PPB com os pegmatitos zonados férteis descritos na literatura, demonstram o potencial da região para mineralizações metalíferas que têm destacada importância no âmbito da transição energética (i.e, Li e ETRs, especialmente). Quando comparados geoquimicamente, os pegmatitos e possíveis granitos parentais da PPB possuem maiores teores de alumínio e álcalis (K e Na) e menores teores de sílica em relação ao pegmatito fértil de Tanco (Província Manitoba, Canadá). Os teores de elementos de interesse (Be, Nb, Ta, Li) são heterogêneos, aparentemente não correlacionáveis com as concentrações de elementos maiores (Si, Al, Na, K) e poucas amostras possuem teores econômicos. Portanto, mesmo sendo notório o controle textural em campo, ainda é difícil correlacionar com os controles geoquímicos. Essa dificuldade ocorre tanto na Província Pegmatítica da Borborema (PPB), quanto nos corpos do Tanco. Sendo assim necessário um estudo mais aprofundado para a melhor compreensão dessa relação.

Palavras Chave

pegmatito; zonamento; mineralização; geoquímica

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Richelle Paula Souza, Poliana Toledo