Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO RIO NOVO E RIO FRUTEIRAS – VARGEM ALTA, ES
Texto do resumo
Com a crescente intensificação da discussão sobre os perigos associados as mudanças climáticas, principalmente relacionado aos riscos geológicos e a ocupação de planícies de inundação, torna-se imperativo dedicar mais atenção ao estudo e compreensão da morfologia e análise dos cursos hidrológicos. O Município de Vargem Alta, localizado no sul do estado do Espírito Santo, desenvolveu-se próximo às drenagens, possuindo características de ocupação típicas de relevo serrano, com grandes vales preenchidos por terrenos aluvio-coluvionais, altamente propensos à ocorrência de inundações. Possuindo um padrão de drenagem dentrítico, as bacias hidrográficas do Rio Itapemirim e do Rio Novo atendem respectivamente mais de 520 mil e 95 mil habitantes, com áreas de 5.952 km² e 776,9 km². O levantamento da série histórica realizado contabilizou doze eventos nos últimos seis anos, dentre esses oito foram classificados como relacionados à inundação e alagamento, evidenciando a necessidade de um estudo das bacias hidrográficas locais, do Rio Fruteiras e do Rio Novo, objetivando auxiliar como ferramenta no controle de inundações e desastres ambientais. Foram realizadas fotointerpretação e confecção de mapas de localização, de extensão das bacias inseridas no município, litológico, pedológico e de declividade, além do levantamento dos dados pluviométricos e de inundação do município. Posteriormente foi realizada a medição da vazão do Rio Novo e do Rio Fruteiras, visando auxiliar na compreensão dos padrões hidrológicos locais e na identificação de áreas de maior vulnerabilidade a inundações. Com base na medição da vazão dos rios realizada, observou-se que o Rio Fruteiras apresentou uma vazão de 2,5 m³/s, com pH de 7,17 e temperatura da água de 22ºC. Enquanto isso, o Rio Novo registrou uma vazão ligeiramente maior, atingindo 3,44 m³/s, com pH de 7,08 e temperatura de 22,4ºC. A medição foi realizada no período chuvoso, este classificado como sendo de outubro a abril, com cerca de 80% do acumulado anual, no mês de um evento de chuvas (chegando até 204 mm em 24 horas) intensas e alagamentos que impactou diretamente a população do município. Pode-se afirmar que a rotina da população tem grande impacto da dinâmica dos dois rios citados, onde a área de captura da bacia tem rápida resposta - devido, principalmente ao escoamento superficial que enche a calha do rio em curto intervalo de tempo e, forte efeito residual – mantendo o freático cheio resultando em alta vazão durante longo tempos após às chuvas. Por fim, há necessidade de aprofundar os conhecimentos sobre as bacias hidrográficas do município, visando colaborar com a gestão dos riscos associados e quais medidas podem ser tomadas para evitar danos econômicos e sociais decorrentes desses eventos climáticos.
Palavras Chave
mudanças climáticas; inundação; Risco Geológico; drenagem dentrítica; desastre ambiental.
Área
TEMA 03 - Risco Geológico, Geologia de Engenharia e Barragens
Autores/Proponentes
Anna Luiza Pádua Ribeiro Perin, Ariadne Marra de Souza, Suzana Donna Gaburo