51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

DESVENDANDO AS PROPRIEDADES FÍSICAS E ESTRUTURAIS DE MINERAIS ESTRATÉGICOS CONTENDO LÍTIO

Texto do resumo

Considerados minerais estratégicos pelo Grupo de Trabalho Interministerial sobre Minerais Estratégicos - GTI-ME, os minerais de lítio (Li) são, atualmente, fundamentais para a economia nacional diante dos diversos usos no mercado mundial, sobretudo nas indústrias tecnológicas, sendo usados em baterias automotivas para carros elétricos, vidros, graxas e até medicamentos. Sendo assim, sua análise é crucial para a mineração, e as técnicas analíticas laboratoriais são fundamentais para examinar depósitos de lítio, visto que há uma crescente demanda social por tecnologia avançada e energia mais limpa. Com o objetivo de aprimorar a compreensão da composição mineral dos depósitos de minério, foram empregadas técnicas analíticas para identificar a composição mineral do principal mineral de Li, o espodumênio. Essas técnicas são eficazes para identificar, caracterizar e explicar estruturas de moléculas e compostos, sem a destruição de amostras. A primeira técnica usada foi a difração de raio-X, onde, ao ser atingida por um feixe de raios-X, a amostra produz um padrão que é representado de forma gráfica, com picos ligados à estrutura atômica do material. Com o difratograma obtido neste trabalho, é possível identificar as fases usando o software ‘Qualx 2’, que, ao comparar o padrão de difração do material com outros padrões contidos no banco de dados, e que permite a análise da estrutura e a composição química do material. Outra técnica utilizada para identificar e caracterizar as amostras foi a espectroscopia Raman, que é uma técnica não destrutiva, que usa um laser em geral na faixa do espectro visível para atingir a amostra, onde parte do espalhamento tem comprimento de onda diferente da radiação que incide na amostra, e essa diferença está relacionada a energia de vibração dos íons na rede cristalina, que varia para cada material - ou seja, cada um tem um modo vibracional específico (fingerprint). As amostras disponibilizadas pela CPRM são provenientes da região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. As coletas de dados foram obtidas no Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), com a unidades de raios X [Rigaku modelo Ultima IV, com tubo de cobre (Cu)] e espectroscopia Raman (Horiba, modelo LabRam, laser 532 nm). Os dados Raman foram posteriormente comparados com a base de dados do sítio RRUFF, obtida por meio da análise realizada no software ‘CrystalSleuth’. Após usar tais técnicas, foi possibilitada a identificação do espodumênio, juntamente com quartzo, turmalina, feldspatos alcalinos e grafita na composição das amostras, com quantidades significativas de SiO2 e Al2O3. Adicionalmente, foi utilizado um espectrômetro portátil de fluorescência de raios X, que identificou pequenos picos que podem indicar a presença de minerais do grupo da clorita. Dessa forma, com os dados espectroscópicos e difração, foi possível identificar com êxito a composição mineral da amostra obtida, alguns de seus minerais associados, aliados aos dados disponíveis na literatura.

Palavras Chave

lítio; espodumênio; pegmatitos; difração de raio-X; Espectroscopia Raman

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Vitória Bruschi Nelvam, Eduardo Duarte Marques, Marcelo Barbosa de Andrade