51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL AGROGEOLÓGICO DAS ROCHAS ULTRABÁSICAS A INTERMEDIÁRIAS DA SUPERSUÍTE G5 NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Texto do resumo

O Espírito Santo (ES) apresenta uma grande oportunidade para o mercado de Fertilizantes Silicáticos (Fsi), devido ao fato do estado ser o maior produtor de rochas ornamentais e o 2º maior produtor de café do Brasil. Considerando-se tanto a demanda nutricional de culturas agrícolas, como a geração de resíduos da exploração mineral que representam passivos ambientais, vê-se no ES a possibilidade de integrar ambos os mercados, no intuito de viabilizar a certificação e comercialização de FSi derivados de resíduos da mineração, disponibilizando-os para produtores rurais da região. Das diversas normativas que regulamentam este tipo de produto, destaca-se a Instrução Normativa (IN) 05/2016 do MAPA, que regulamenta produtos “remineralizadores” (REM) como rochas silicáticas sujeitas apenas a beneficiamento do tipo cominuição e peneiramento. O potencial agrogeológico das rochas do ES ainda é pouco conhecido, mesmo se tratando de unidades litoestratigráficas amplamente exploradas no mercado de rochas ornamentais, como é o caso das rochas da Supersuíte G5. Com isto, objetivou-se no presente trabalho a compilação, análise e interpretação de dados geoquímicos, petrográficos e de logística, dos membros intermediários a ultrabásicos da Supersuíte G5 no estado do Espírito Santo, a fim de avaliar seu potencial agrogeológico. Para isso, foi utilizado o Mapa de Geologia e Recursos Minerais do Estado do Espírito Santo e foram levantados, na Agência Nacional de Mineração, processos minerários em fase de concessão de lavra, estipulando-se a distância entre lavras e polos agrícolas. Também foi feito um extenso levantamento bibliográfico, onde foram compilados dados mineralógicos e geoquímicos das unidades de interesse. Constatou-se que: cerca de um terço das unidades apresenta áreas superiores a 1.000 ha em mapa; aproximadamente metade das unidades é atualmente explorada para fins econômicos e; todas as unidades-alvo encontram-se próximas de pelo menos 5 municípios com participação significativa na produção de café nacional, em um raio de 60 Km. As unidades-alvo apresentaram teores modais de quartzo não excedendo 20%, por vezes estando ausente. Os valores de soma de bases para a grande maioria das unidades contempladas nos estudos foram superiores a 9%. Teores de elementos potencialmente tóxicos se encontram dentro dos limites da normativa, com exceção de uma amostra. As unidades Alto Caxixe Quente, Rio Sossego, Laranjeiras, Córrego Santo Amaro e Pedra do Dedo apresentaram petrografia e geoquímica em conformidade com a normativa, o que demonstra favorabilidade ao emprego destas como REM, com potencial para fonte de K, Ca, Mg e do micronutriente Fe, além do elemento benéfico Si. A unidade Alto Caxixe Quente apresentou ainda potencial para P e Mn, e a unidade Rio Sossego para Mn e Co. Estas unidades, de composição gabroica a diorítica, apresentaram K2O em teores variando de 1,5 a 5,1%, o que pode ser parcialmente explicado devido a teores modais de biotita apreciáveis, não raramente ultrapassando 10%. Os teores de Fósforo variam de 0,71 a 2,01%, e se devem ao mineral apatita, acessório em grande parte das amostras. De forma generalizada, observou-se um potencial agrogeológico elevado para as unidades estudadas, dos pontos de vista agronômico, econômico e ambiental.

Palavras Chave

Agrominerais silicáticos; Espírito Santo; Supersuíte G5; Remineralizadores

Área

TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia

Autores/Proponentes

Matheus Rocha Violante