51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

COMPARAÇÃO DE CONCENTRAÇÕES DE ÍNDIO (In) ENTRE DEPÓSITOS DE ESTANHO DE PROVÍNCIAS GRANÍTICAS BRASILEIRAS

Texto do resumo

O índio (In) é um metal de alta tecnologia, raro, comumente recuperado como subproduto em depósitos de zinco do tipo polimetálico, também associado ao estanho em diferentes contextos de rochas graníticas. No presente trabalho, foram selecionados amostras e dados dos granitos Pedra Branca, Sucuri, Mangabeira, Serra Dourada e Serra da Mesa, contidos da Província Estanífera de Goiás (PEG), granitos da Suíte Velho Guilherme e no domínio da Província Carajás, além de amostras de estanho-madeira da região de Paramirim, na Bahia, provenientes de riolitos do Supergrupo Espinhaço. O objetivo do trabalho foi comparar a distribuição de In em sulfetos e cassiterita desses granitos com as concentrações de In já conhecidas na literatura, associadas ao Granito Mangabeira da PEG. Para realização do estudo foram preparadas lâminas e seções polidas que passaram por descrição petrográfica em microscópios ópticos binoculares de luz transmitida e refletida e análises em Microssonda Eletrônica e MEV (modelo JEOL JXA-8230) e QEMSCAN (modelo FEI Quanta 650). De maneira geral, as rochas estudadas consistem em granitos e riolitos com greisenização pervasiva marcada por micas secundárias sobrecrescendo nos demais minerais, além de cristais de quartzo primário com borda irregular sendo consumidos por quartzo secundário de granulação muito fina, que junto com as micas formam feições de fluxo nessas rochas. A cassiterita do tipo estanho-madeira prevalece nas rochas de Paramirim, com as camadas concêntricas milimétricas bem definidas, mas, localmente, essa estruturação é mais incipiente ou mesmo ausente, apresentando então hábito botrioidal, por vezes irregular. Os sulfetos analisados, principalmente esfalerita, são comuns nas amostras dos granitos Pedra Branca, Sucuri, Mangabeira e Velho Guilherme, de maneira disseminada ou concentrados em vênulas e veios de quartzo. Teores significativos de In foram detectados em esfalerita, calcopirita, pirrotita e covelita. Nos granitos Pedra Branca e Sucuri, da PEG, foram detectadas concentrações de até 2% In em esfalerita do tipo marmatita e de até 0,3% em cassiterita. Por outro lado, sulfetos dos granitos Serra de Mesa e Serra Dourada apresentaram valores bem menores da ordem de 0,1%, enquanto na cassiterita os teores ficaram abaixo do limite de detecção. O estanho-madeira de Paramirim apresenta concentração média de 0,3% In, com picos de até 2%. Na Suíte Velho Guilherme, apenas esfalerita foi analisada, com teores de 0,8% In. Nas cassiteritas analisadas, existe uma correlação positiva entre In e Ta e na esfalerita uma correlação positiva entre In e Cu, além da observação de que só as esfaleritas do tipo marmatita, ou seja ricas em Fe, apresentam concentrações importantes de In. Em comparação com a importante anomalia de In do Granito Mangabeira, na PEG, reportada na literatura, com ocorrência de minerais de In, como yanomamita, roquesita e dzhalindita, e concentrações de 5% na esfalerita e 0,3-0,4% na cassiterita, os granitos e riolitos analisados apresentam valores menores, mas, mesmo assim, anômalos, merecendo investigação mais detalhada.

Palavras Chave

índio; granitos estaníferos; Cassiterita; estanho-madeira; esfalerita

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Marãna Iasmim Novais Ventura, Nilson Francisquini Botelho, Heliana Ribeiro Gregório