51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARTOGRAFIA INÉDITA DA FORMAÇÃO ITAIM, BORDA LESTE DA BACIA DO PARNAÍBA

Texto do resumo

A Formação Itaim, pertencente ao Grupo Canindé, ao longo do tempo vem sendo, pontualmente, definida, identificada e caracterizada em afloramentos, mas principalmente descrita e interpretada a partir de testemunhos de sondagem. Na borda leste da Bacia do Parnaíba, essas rochas, não haviam sido cartografadas em superfície até o presente momento. O projeto de levantamento geológico executado pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM, na borda leste da Bacia do Parnaíba, região leste do Piauí, vem encontrando diversos afloramentos das rochas da Formação Itaim, inclusive com mais de 5 km de extensão, como ao longo do Canion do Rio Poti, que permitem cartografá-la em superfície na escala 1:250.000. Essas ocorrências se dão ao longo de uma faixa contínua Norte-Sul, desde a região de Picos até Castelo do Piauí, nas folhas Valença do Piauí e Crateús, acompanhando a mesma orientação das demais unidades da Bacia do Parnaíba cartografadas na área. O seu contato subjacente e erosivo com a Formação Jaicós é de difícil identificação em campo, devido às suas semelhanças litológicas. Já o contato superior, com a Formação Pimenteira, é transicional. Na área trabalhada a Formação Itaim é composta por arenitos subarcoseanos a quartzo arenitos beges e esbranquiçados, finos a médios, com matriz siltico-argilosa, micáceos, com grãos subangulosos, bem selecionados e baixa esfericidade. Essas rochas psamíticas são compostas por cerca 80% grãos de quartzo, angulosos a subangulosos, selecionados, até 10% de matriz ferruginosa, 5% de plagioclásios, e 4% de ilita/sericita detríticas e/ou neoformada associada a matriz. Níveis mais grosseiros, de arenitos conglomeráticos também ocorrem. As rochas estão dispostas em camadas tabulares e sigmoidais de médio a grande porte, que podem chegar a mega escala. Apresenta estratificações plano-paralelas, cruzadas tabulares, cruzadas tangenciais, e sigmoidais, além de estrutura maciça. Estruturas sedimentares como hummocky e marcas onduladas assimétricas e sinuosas também são observadas. Algumas camadas sigmoidais, podem ter a presença de cascalhos e seixos de quartzo que, por vezes, constituem pavimentos seixosos/cascalhosos, ou ainda formam níveis lenticulares sem significativa continuidade lateral. Folhelhos siltosos esverdeados ocorrem pontualmente, são laminados e bioturbados. Nas proximidades do Povoado Tranqueira de Cima, nesta unidade, há uma ocorrência de Opala de Fogo. A partir das associações de fácies descritas, foi interpretado um ambiente transicional deltaico/marinho para esta unidade, que grada lateral e verticalmente para um ambiente marinho representado, pela Formação Pimenteira.

Palavras Chave

GRUPO CANINDÉ; CANION DO RIO POTI; DEVONIANO

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

ELEM CRISTINA DOS SANTOS LOPES, CAROLINA REIS, NILO COSTA PEDROSA JÚNIOR, CAIO GURGEL DE MEDEIROS, BRENDA KAROLINE DA SILVA CORRÊA