51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ADAPTAÇÃO E RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA INTEGRADA E PARTICIPATIVA DE GESTÃO COMUNITÁRIA EM REDUÇÃO DE RISCOS E DESASTRES

Texto do resumo

Os riscos e desastres tem sido tema de numerosas discussões em diferentes áreas do conhecimento, visto que é multi-, trans- e interdisciplinar. Mesmo que há muito tempo considera-se que os desastres não são naturais, sua deflagração é por processos naturais do meio físico, que não se pode prever com exatidão sua ocorrência. No Brasil, os desastres estão relacionados sobretudo com processos atmosféricos/metorológicos, visto que excesso ou falta de precitação e ventos são os principais deflagradores (inundações, cheias, alagamentos, enxurradas, seca, estiagem, deslizamentos, tornados, chuva de granizo, etc). Os perigos geológicos no nosso país são sobretudo os deslizamentos e enxurradas, que causam enormes perdas materiais e humanas. A única forma de reduzir os danos e prejuizos causados pelos fenômenos naturais imprevisíveis em áreas susceptíveis é com a preparação. A Defesa Civil de Santa Catarina com sua admirável infraestrutura repete o seu lema constantemente “Defesa Civil somos todos nós”, que se traduz na importância da auto-proteção das comunidades de áreas de risco para a prevenção de desastres. O principal objetivo dos projetos desenvolvidos pelo Laboratório de Estudos de Riscos e de Desastres e Ambientes Costeiros da UDESC é criar a Cultura de Risco na sociedade, desenvolvendo atividades que promovam a percepção de risco nos moradores de comunidades que vivem em áreas de risco. Para isto, desde 2019 tem sido desenvolvida a metodologia inovadora. Aponta-se como resultados dos estudos e atividades realizados as dificuldades em trabalhar com moradores de comunidades de áreas de risco, que são: algumas lideranças comunitárias utilizam o grupo para promover questões políticas, com objetivo de tornar-se vereadores; pode ocorrer desconfiança por parte dos moradores das comunidades em relação aos proponentes de oficinas, diante do uso da área de risco para obtenção de dados para pesquisas ou para simplesmente apresentar na forma de palestras o conhecimento da universidade à comunidade. Outro problema recorrente é o abandono das ações. Tudo isto promove descrédito neste tipo de ação, prejudicando e até impossibilitando trabalhos com moradores de comunidades de áreas de risco. Considera-se igualmente importante mencionar que todas as comunidades de áreas de risco apresentam conflitos entre grupos de moradores. Assim, diante das dificuldades e das mudanças após a pandemia, a metodologia, que encontra-se em constante adaptação, contempla, além das etapas de sensibilização e do resgate histórico, quando os moradores percebem que o risco é construído (o que já foi publicado em outros trabalhos anteriores), envolve o uso de questionários muito simplificados e a comunicação a partir da produção de vídeos curtos, como ações adicionais as oficinas presenciais. O uso das ferramentas da tecnologia possibilitou a melhor aproximação com grupos moradores das comunidades de áreas de risco, e uma mais fácil continuidade de comunicação. Entretanto, estas ações e a aplicação da metodologia ainda precisa ser multiplicada, pois o trabalho é contínuo e lento, mas muito eficiente para a promoção da Redução de Risco de Desastres-RRD.

Palavras Chave

riscos de desastres; preparação; comunidades de áreas de risco; extensão

Área

TEMA 05 - História e difusão das geociências

Autores/Proponentes

Amanda Cristina Pires, Rita de Cássia Dutra, Alexandre Calazans Ribeiro Campos