51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DE UM DIQUE MÁFICO NO COMPLEXO PINHEIRO MACHADO, MORRO REDONDO-RS, TERRENO PELOTAS

Texto do resumo

O Terreno Pelotas (TP) está localizado na parte leste do Escudo Sul-Rio-Grandense, parte do Cinturão Dom Feliciano, sendo limitado a oeste pela Zona de Cisalhamento Transcorrente Dorsal de Canguçu e Sutura de Porto Alegre, e a sudeste pela Zona de Cisalhamento Ayrosa Galvão. O Complexo Pinheiro Machado (CPM) é a principal e mais antiga unidade do TP, ocupando uma faixa alongada com direção de NE-SW na porção central, abrangendo aproximadamente 30% da área total do TP. Inserido no contexto do TP ocorrem diversos diques, que são corpos magmáticos discordantes, de direção NE-NW. Este estudo tem como objetivo a caracterização de um dique máfico de quilômetros de extensão, encontrado no município de Morro Redondo, próximo a Pelotas, RS, encaixado nas rochas graníticas do CPM. O objetivo deste estudo é caracterizar em termos composicionais esse dique, com o intuito de realizar futuras comparações com os magmatismos máficos que ocorrem na região sul do Brasil. Além das análises de campo, foram descritas três lâminas delgadas com auxílio do miscrocópio petrográfico no laboratório de petrografia da Universidade Federal de Pelotas, e análise semiquantitativa em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) com Espectrometria de Raio-X por Dispersão em Energia (EDS), conduzida no Laboratório de Geologia Isotópica do Centro de Estudos em Petrologia e Geoquímica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O dique em estudo possui coloração cinza escuro, com textura fina, afanítica, com espessura de cerca de 2 metros e aproximadamente 2 km de extensão. A rocha é encontrada em blocos expostos, caracterizada por uma capa de alteração avermelhada, devido a alteração causada pela oxidação dos minerais máficos, sendo o núcleo mais preservado. A rocha demonstra ser maciça, cristalina, melanocrática e homogênea. A textura basáltica é holocristalina e inequigranular, com granulação fina e cristais variando entre 0,1 e 1 mm, predominantemente subédricos. Quanto à composição mineralógica, a rocha é constituída por aproximadamente 50-45% plagioclásio, 40-35% piroxênio, e 10-5% de minerais opacos como constituintes essenciais. Além disso, foram identificados sulfetos como elementos traços sendo eles a calcopirita e a pirita. Os piroxênios contêm composição variando entre a pigeonita e a augita, com ortopiroxênio subordinado, sendo por vezes observada a relação entre os piroxênios. Os plagioclásios foram classificados como labradorita e anortita, e os minerais opacos foram identificados como ti-magnetita, magnetita e ilmenita. A caracterização mineralógica corrobora a composição basáltica do dique de Morro Redondo. A hipótese inicial é que o magma que originou o dique basáltico seja proveniente da grande província ígnea, essencialmente basáltica, do Grupo Serra Geral (GSG). O GSG é associado à separação dos continentes africano e sul-americano, ocorrido aproximadamente há 134-136 milhões de anos. Destacamos que há ocorrência de outros diques na região sul do Brasil, mas de composição intermediária a ácida de idade Neoproterozoica a Cambriana ou mesmo, em menor quantidade, no magmatismo Serra Geral. Para melhor definição será analisado o comportamento geoquímico do dique com o intuito de compará-lo com os diversos magmatismos vinculados ao Grupo Serra Geral.

Palavras Chave

dique; basalto; Terreno Pelotas; Complexo Pinheiro Machado

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Thierry Mendes Santos, Amanda Silva Costa, Fernanda Gervasoni, Ana Carolina Nunes da Silva, Daniel Triboli Vieira, Edinei Koester, Viter Magalhães Pinto