51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Correlação automatizada de poços no Campo de Tupi, Pré-Sal da Bacia de Santos, com a técnica DTW otimizado

Texto do resumo

A correlação estratigráfica de perfis de poços e a consequente definição de ciclos faciológicos é uma das mais importantes e demoradas tarefas que os geólogos de reservatório realizam no dia a dia para a definição de um bom zoneamento do ativo. Portanto, desde os anos 1970, buscam-se técnicas para automatizar esse tipo de trabalho. Um dos algoritmos mais utilizados para a correlação automatizada de perfis, de distorção dinâmica temporal (DTW), acumula erros à medida que se correlacionam muitos poços em sequência. Tentativas recentes para contornar esse problema utilizam as redes neurais, porém ainda sem muito êxito.
A correlação neste trabalho foi realizada com o PetroCycle, um utilitário para a correlação automatizada de ciclos em alta resolução, criada a partir de uma implementação Python do método Wheeler e Hale (2014) e adaptado de Sylvester (2022). Elementos importantes incluem uma subdivisão estratigráfica automática utilizando-se de diversas técnicas, tais como métodos espectrais (transformada de wavelet contínua - CWT; Fourier; análise espectral singular - SSA) e cadeia de Markov. A correlação dos resultados com o algoritmo DTW otimizado se baseia na ideia de esticar e comprimir todos os perfis de poços em um diagrama cronoestratigráfico que tem o tempo geológico relativo em seu eixo y, eliminando computacionalmente todos os problemas de correlação do algoritmo DTW tradicional, permitindo a correlação de centenas de poços simultaneamente. A principal vantagem em termos de interpretação e correlação automatizada de ciclos é: os perfis em tempo geológico relativo são reamostrados com uma resolução semelhante à do perfil e, como resultado, há um grande número - geralmente centenas a milhares - de potenciais topos estratigráficos. Para minimizar o esforço da escolha manual, utilizamos uma CWT, aplicada ao perfil tipo derivado do diagrama cronoestratigráfico, para definir automaticamente topos estratigráficos em diferentes escalas. Em outras palavras, isso é uma maneira rápida e reproduzível de gerar uma hierarquia estratigráfica multiescalar, com o número desejado das frequências às quais os ciclos ocorrem, integrados de forma coerente ao processo de correlação de poços no campo a ser estudado.
A abordagem apresentada aqui foi aplicada em uma seção do campo de Tupi (LL-16, RJS-660, LL-12 e LL-21) com correlação precisa entre os ciclos definidos manualmente pelo ativo e as superfícies delimitadas pelo algoritmo DTW otimizado. Esse utilitário tem grande potencial para ajudar os geólogos de reservatório a definirem os principais ciclos faciológicos existentes no campo de forma rápida e intuitiva e integrarem rapidamente os resultados nos modelos geológicos realizados no software Petrel.
Os resultados da correlação no PetroCycle se apresentam no estilo layer-cake, sem considerar as variações laterais de ciclos (afinamentos e espessamentos) e pinch-outs estratigráficos, de modo a facilitar a implementação do método. As transições laterais de fácies e mudanças graduais na espessura serão melhor tratados. Assim, superfícies de onlap e erosionais de grande escala provavelmente serão erroneamente interpretadas como transições de fácies, sendo necessário um trabalho mais aprofundado para melhorar os resultados na presença de tais superfícies. A continuação do trabalho passa pela implementação de funções de custo no algoritmo DTW com informações provenientes de modelos estratigráficos forward.

Palavras Chave

python; pre-sal; Correlação Estratigráfica; Automatização

Área

TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias

Autores/Proponentes

Felipe Alves Farias, Daniel Carnier Fragoso, Gabriel Morais Coutinho, Douglas Guimarães Macharet, Humberto Luís Siqueira Reis, Márcio Vinícius Santana Dantas, José Arthur Oliveira Santos, Danilo Gomes Vomlel, Kaio Henrique Masse Vieira, Thomas Jung Spier, Heitor Gonçalves Leite, Mariana Meireles Leite