51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DE ITABIRITOS NA MINA CASA DE PEDRA

Texto do resumo

O presente trabalho visa a caracterização química e mineralógica através das técnicas de Fluorescência de Raios X (FRX) e Difração de Raios X (DRX) dos itabiritos presentes na Mina Casa de Pedra (CDP), localizada em Congonhas, MG e contida no sudoeste do Quadrilátero Ferrífero. Tais rochas pertencem à Formação Cauê, Supergrupo Minas. O objetivo do trabalho refere-se à construção de um banco de dados mineralógico o qual será utilizado para compor um modelo mineralógico de CDP. A mina de CDP é dividida em cinco corpos: Corpo Principal (CP), Corpo Norte (CN), Serra do Mascate (SM), Corpo Oeste (CO) e Engenho (EG). Este método é utilizado para coletar amostras ao longo da superfície, permitindo uma análise da composição e qualidade do minério. Para este trabalho, foram analisadas 102 amostras de canaletas ao longo dos corpos. As premissas do estudo foram: 1) aproveitar a atividade de amostragem de curto prazo; 2) escolha das áreas baseada nas áreas contempladas nos planos de lavra vigente; 3) análises mineralógicas feitas na fração global; 4) utilização de recursos próprios com análises realizadas em laboratórios internos; 5) foco na litologia predominante Itabirito Brando Silicoso (IBS), representando cerca de 50% do percentual litológico do minério que compõe os planos de lavra; 6) amostras coletadas nos diferentes corpos da mina; 7) outras litologias também foram analisadas. Com isto, tem-se 41 amostras de itabiritos na SM, 29 no CN, 8 no CP, 6 no EG e 1 amostra no CO. Para o IBS, os resultados de DRX revelam a presença de seis minerais principais, abrangendo as classes de óxidos, hidróxidos e silicatos. Estes minerais são hematita, quartzo, goethita, caulinita, magnetita e gibbsita, listados em ordem decrescente de ocorrência. Além da mineralogia principal, há presença de minerais traços, como pirolusita, rutilo, anatásio e micas em geral. A presença de minerais de titânio, como rutilo e anatásio pode estar associada às rochas intrusivas básicas presentes na mina. A pirolusita e seus polimorfos são considerados contaminantes de manganês e são identificados quando a química da rocha apresenta teor mínimo de 0.5%Mn. A caulinita e gibbsita são minerais contaminantes de alumínio, apresentando média de 1,6% e 0,14%, respectivamente. Tratando-se dos corpos descritos, foram observadas algumas diferenças, na SM e EG há maior quantidade de magnetita, o que pode remeter a um menor grau de alteração dessa fase mineralógica, enquanto nos demais corpos as amostras são bastante homogêneas. O CN apresenta percentual médio de caulinita superior à SM. Em relação a química, notou-se correlações positivas entre ferro e hematita, FeO e magnetita, caulinita com alumínio, caulinita com titânio e fósforo com goethita, o que sugere uma contaminação por alteração. Assim sendo, há uma diferenciação entre os corpos da mina, bem como dentro da mesma litologia, que necessitam de estudos mais detalhados, tanto por DRX quanto por outros métodos de caracterização. Desta forma, o modelo mineralógico contará com informações que irão auxiliar a equipe de planejamento de mina na composição dos blends de alimentação da usina. Tais informações contribuem para maior estabilidade do processo, redução de custos e melhor previsibilidade. Portanto, ter o conhecimento mineralógico é essencial para entendimento do depósito mineral e para tomada de decisões estratégicas baseadas na Geometalurgia.

Palavras Chave

Caracterização Mineralógica; Fluorescência de raios X; Difração de raios X; Quadrilátero Ferrífero; geometalurgia.

Área

TEMA 10 - Geometalurgia

Autores/Proponentes

Thalita THALITA Rafaela Silva Gusmão, Derick Giordano Feitosa Guerra, Gabriela Fonseca Abreu, Arthur Martins Souza da Cruz, Edson Maia do Nascimento, Rodrigo da Conceição Lordão, Roberto Carlos dos Santos, Edmar Junio Pereira Pinto, Emanuelle THALITA Karen Sabino, Gilvana Lima da Soledade