Dados da Submissão

Título

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO AQUÍFERO CAUÊ EM PEQUENA PORÇÃO A NORTE DO FLANCO LESTE NO SINCLINAL MOEDA, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG

Texto do resumo

O Aquífero Cauê é a mais importante unidade hidrogeológica da área que compreende a cidade de Belo Horizonte e vizinhança. Essencial ao abastecimento urbano e à atividade de mineração no Quadrilátero Ferrífero (QF), este aquífero está inserido na Formação Cauê, pertencente ao Grupo Itabira, que é formada predominantemente por itabiritos, rochas ferríferas bandadas cuja porosidade primária permite o armazenamento de uma reserva explotável de 4,1×109 m3 (Ramos e Paixão 2003). Para um melhor aproveitamento de toda capacidade de um aquífero, o entendimento sobre a dinâmica de água subterrânea se faz necessário. Neste contexto, uma das variáveis essenciais é a capacidade específica do aquífero, que é a relação entre a vazão de um poço e o rebaixamento do nível d'água. A complexidade geológica e estrutural do QF resulta em um comportamento hidrogeológico anisotrópico e heterogêneo. A produtividade aquífera ao longo de toda a extensão da província mineral é amplamente diversificada e influenciada por fatores como: variações litológicas, domínios estruturais, profundidade, dinâmica do sistema de água subterrânea, dentre outros (Silva, 2009). Este trabalho tem por objetivo avaliar a capacidade específica do Aquífero Cauê em uma pequena porção no extremo norte do flanco leste, no Sinclinal Moeda. Foram coletados dados de vazão, nível estático e nível dinâmico de 13 poços localizados na área de interesse, por meio do banco de dados do Sistema de Informações de Águas subterrâneas (SIAGAS), vinculado ao Serviço Geológico do Brasil (SGB). Os dados foram tratados em planilha Excel, de modo a obter o valor da capacidade específica e, por fim, elaborar um mapa de capacidade específica do aquífero através do programa Qgis. Com os valores obtidos e o mapa gerado foi possível observar que a capacidade específica do Aquífero Cauê, na área analisada, cresce de Norte para Sul, conforme já proposto no trabalho de Magalhães (2023), com uma variação relativamente considerável. Nos 13 poços avaliados, o valor mínimo de capacidade específica, de 0,030 m3/h/m, foi obtido no poço localizado no extremo norte da área, enquanto o poço localizado no centro sul da área, obteve o valor máximo de 4 m3/h/m. Os resultados deste trabalho permitiram uma compreensão acerca da anisotropia e heterogeneidade em relação à produtividade aquífera da unidade Cauê na área estudada. Os valores mínimo e máximo obtidos se distanciam da média (0,737 m3/h/m) e da mediana (0,203 m3/h/m) do total, refletindo o caráter anisotrópico do aquífero. Estes resultados corroboram o modelo de fluxo regional proposto para a área em Magalhães (2023), que também ressalta a relação entre distribuição espacial do aquífero e a influência de demais unidades hidrogeológicas adjacentes.

Palavras Chave

Hidrogeologia; água subterrânea; capacidade específica; aquífero cauê; Quadrilátero Ferrífero