51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Distribuição de Hidrocarbonetos Policiclicos Aromáticos (HPAs) no sedimento de fundo da Lagoa de Marapendi, Rio de Janeiro (RJ)

Texto do resumo

As lagoas urbanas são comumente afetadas por processos de assoreamento causados por assoreamento e pela eutrofização ligada ao lançamento de esgoto não tratado e escoamento superficial urbano. Nos países em desenvolvimento, o crescimento acelerado tem resultado em forte pressão sobre os sistemas hídricos A Lagoa de Marapendi (Rio de Janeiro, RJ) situa-se em uma área de povoamento recente e perfil de renda de classe média alta. Existe uma lacuna na informação relativa às concentrações de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HPAs) nos sedimentos, bem como nos planos de dragagem e eliminação de sedimentos dragados no continente. Durante as Olimpíadas de 2016, operações de dragagem foram prometidas, mas não executadas. Este estudo tem como objetivo avaliar os níveis de contaminação por PAH em sedimentos de fundo da Lagoa de Marapendi, um típico estuário tropical na cidade do Rio de Janeiro. Para atingir esse objetivo, 23 amostras foram coletadas com auxílio de uma draga Van Veen e caracterizadas quanto ao tamanho dos grãos, textura, carbono orgânico total (COT), pH e concentrações de HPAs por cromatografia gasosa. Os resultados indicaram predominância de sedimentos arenosos na maioria dos pontos amostrais. A distribuição espacial dos conteúdos de lama, areia e matéria orgânica foi fortemente influenciada pela morfologia costeira da lagoa, ou seja, áreas cuja hidrodinâmica é baixa devido à morfologia da lagoa tendem a aumentar os conteúdos de lama e COT. Nenhum dos tipos de HPAs apresentou concentrações acima das estabelecidas pela legislação ambiental brasileira para qualidade de sedimentos. Ao considerar a soma das concentrações de HPAs, o pireno e o Benzo(k)fluoranteno foram os compostos mais comuns, aumentando a soma das concentrações. Quando comparadas às lagoas de Jacarepaguá (86,09 ± 144,81 ng/g) e Tijuca (795,4 ± 1146 ng/g), que pertencem ao mesmo complexo lagunar, a soma das concentrações de HPAs encontrada na lagoa de Marapendi foi apenas inferior à lagoa da Tijuca (126 ± 270 ng/g). Em relação às fontes, os dados indicam que tanto as fontes pirólicas (ligadas à queima de combustíveis nas regiões vizinhas que deposita partículas de fuligem na lagoa) quanto as petrogênicas (vazamento de combustível dos barcos diretamente para a água) são predominantes nos sedimentos. Nenhuma correlação significativa foi encontrada entre o tamanho dos grãos e o teor de COT e as concentrações de HPAs, sugerindo que a distribuição está fortemente ligada à principal fonte de poluição, ou seja, áreas urbanizadas mais próximas da Lagoa da Tijuca. Na verdade, as concentrações de HPAs tendem a reduzir de oeste para leste, devido à ligação com outras lagoas (lagoa da Tijuca) e à influência de áreas altamente urbanizadas onde o tráfego de barcos é mais intenso. Concluindo, as concentrações de HPAs foram baixas, predominantemente provenientes de fontes pirólicas e petrogênicas e os teores estavam abaixo das concentrações permitidas pela legislação brasileira. Em estudos posteriores, outros contaminantes (metais, hormônios, etc.) serão determinados e testes ecotoxicológicos deverão ser aplicados aos sedimentos.

Palavras Chave

Geoquímica ambiental; Lagoa; Hidrocarbonetos

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Domynique da Silva Santos, Ricardo Gonçalves César, Celeste Yara Siqueira, Yan Ribeiro de Almeida Fernandes, Gustavo Teixeira Koifman, Lara Filgueira, Pedro Zanetti