Dados da Submissão
Título
CARACTERIZAÇÃO ESTRATIGRÁFICA DO GRUPO TERRA VERMELHA NO DOMÍNIO DO ESPINHAÇO CENTRAL, NORTE DE MINAS GERAIS
Texto do resumo
Ao longo da Serra do Espinhaço, pode-se citar diversas sucessões vulcano-sedimentares desenvolvidas durante o Estateriano. Dentre elas, localizado no domínio central, encontra-se as rochas do Grupo Terra Vermelha. A caracterização estratigráfica visa o reposicionamento das unidades e a compreensão da história de preenchimento do Grupo Terra Vermelha por meio de revisões bibliográficas e levantamento de um perfil de detalhe no norte de Minas Gerais. A sucessão basal, Formação Espigão, faz contato basal por não-conformidade com o Complexo Gavião. Tal unidade é definida por metarenitos bem selecionados e apresentam estratificações cruzadas de grande porte. No topo, ocorrem rochas metavulcanoclásticas porfiríticas com fenocristais de plagioclásio e quartzo dispersos em uma matriz fina de quartzo e feldspato. Estudos geocronológicos em zircões ígneos revelaram uma idade de cristalização U-Pb em torno de 1758 ± 4Ma. A Formação Covoada do Buraco representa a unidade superior do Grupo Terra Vermelha e ocorre mais restrita. A sucessão compreende metaconglomerados polimíticos a monomíticos além de metarenitos mal selecionados estratificados e maciços e, intercalados nos metarenitos, ocorrem fácies de formações ferríferas bandadas. A associação e sucessão de fácies pertencente a Formação Espigão foi interpretada como sendo depositada em um ambiente eólico associado a vulcanismo félsico. Esta sucessão representa o estágio pré-rifte da bacia em que a subsidência mecânica ainda não foi iniciada. Logo, tem-se um ambiente sem altos topográficos relevantes e baixo espaço de acomodação propício ao desenvolvimento de sistemas eólicos e magmatismo associado ao início do rifteamento. Já as associações e sucessões de fácies pertencentes a Formação Covoada do Buraco foi interpretada como sendo depositada em um ambiente de leque aluvial associado a um sistema fluvio-lacustre. Esta sucessão representa o estágio rifte da bacia em que a subsidência mecânica já está ativa. Logo, tem-se um sistema de leques aluviais associados a borda de falha do rifte que se desenvolvem para um sistema fluvial, além de um lago profundo e estratificado. Portanto, o padrão de preenchimento do Grupo Terra Vermelha e a idade estateriana sugerem uma correlação direta com o primeiro evento de rifteamento dentro do bloco São Francisco associado com o desenvolvimento da bacia Espinhaço.
Palavras Chave
Sistema Rifte; Preenchimento de Bacia; Reposicionamento Estratigráfico.
Área
TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia
Autores/Proponentes
Juan Carlos Lourenço, Alice Fernanda Oliveira Costa, Claudia Santos, Arthur Eustáquio Félix Xisto