51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESTUDO GEOAMBIENTAL NAS CAVERNAS DA SERRA DE CARAJÁS

Texto do resumo

A província mineral de Carajás está localizada no Cráton Amazônico em sua porção sudeste, apresenta um contexto geológico bastante complexo, com sucessivos eventos tectônicos desde o Mesoarqueano até o Mesozoico com eventos evolutivos na região associados a ciclos tafrogênese-orogênese, resultando em uma geodiversidade notável (Tavares, 2015). As cavernas se desenvolvem na porção inferior da Formação Carajás, próximo ao contato com a Formação Parauapebas, indicando quase que a totalidade da sílica foi lixiviada. Esse fenômeno acarreta na geração de cavidades por dissolução. O objetivo foi então, realizar um estudo Geoambiental das Cavernas da Serra dos Carajás. Inicialmente foi realizado um trabalho de campo na área de estudo para o reconhecimento de algumas cavidades, observando os formatos, tamanhos, posicionamento em relação ao relevo, características pedológicas, entre outros. Para as análises estatísticas foram selecionados os seguintes mapas: geológico, pedológico, declividade, hiposometria e orientação de vertentes, foram integrados no software QGIS. Obtenção dos dados SRTM foram extraídas do repositório online Earth Explorer. As cavernas estão distribuídas em três níveis altimétricos distintos: as mais elevadas nas cangas de topo, em torno de 750 metros; as cavernas nos jaspilitos, variando entre 600 a 650 m; e as mais baixas, em torno de 450 m, correspondentes às cavernas de ferricrete. na análise da declividade revela que as cavernas situadas em áreas de relevo suavemente ondulado e ondulado representam 52,2% do total de cavernas estudadas, alcançando 63,8% quando consideradas também as cavernas em áreas de relevo plano. Isso indica que a maioria das cavernas está localizada em terrenos com declividades propícias para a visitação, facilitando o acesso e a exploração dessas formações geológicas. O Neossolo Litólico é a principal classe de solo mais comum, representando 96% da cobertura pedológica observados. Devido ao ambiente quente e úmido, caracterizado por altas taxas de intemperismo, a prevalência dos Neossolos Litólicos como principal classe de solo pode parecer surpreendente. No entanto, devido à presença de afloramentos rochosos e à resistência das rochas ferruginosas e das cangas, combinadas com a influência da declividade, é esperado encontrar predominantemente esse tipo de solo na região. A maioria das aberturas das cavidades está direcionada principalmente para sudoeste e sul. Essas direções são consistentes com as estruturas tectônicas predominantes, como falhas, zonas de cisalhamento e dobras. Assim, observa-se que a orientação predominante das vertentes, onde se localizam a maioria das cavernas, está em conformidade com os lineamentos estruturais regionais, o que sugere que são zonas preferenciais de incisão das redes de drenagem. A maioria das cavernas na região está associada ao Grupo Grão Pará, distribuídas em diferentes formações geológicas, sendo as crostas lateríticas da Formação Carajás o principal ambiente de ocorrência representado por jaspilitos, desempenha um papel significativo na formação das cavernas. A análise geoambiental emerge como uma ferramenta crucial na identificação e compreensão dos complexos ecossistemas subterrâneos, como cavernas, cuja preservação se revela essencial para a manutenção da geodiversidade e do equilíbrio ambiental.

Palavras Chave

Caverna; Carajás; Análise Geoambiental

Área

TEMA 04 - Geodiversidade, Geoturismo e Geoconservação

Autores/Proponentes

Ana Clara Ferreira Ribeiro, Leonardo Cristian Rocha, Ursula Ruchkys Azevedo, Paulo Tarso Amorim Castro