Dados da Submissão

Título

ESTRUTURA LITOSFÉRICA DO CRÁTON SÃO FRANCISCO MERIDIONAL E QUADRILÁTERO FERRÍFERO: IMPLICAÇÕES AO SISTEMA MINERAL

Texto do resumo

O Quadrilátero Ferrífero (QFe), uma província mineral localizada na borda meridional do Cráton São Francisco, e regiões adjacentes, exibem um complexo arcabouço de descontinuidades litosféricas constituído por extensos diques de orientação geral NW-SE, falhas, riftes e zonas de suturas. São estruturas de primeira ordem que conferem à litosfera um conjunto de propriedades de um Sistema Mineral, dentre elas uma rede de anisotropias com zonas de dano associadas e consequente permeabilidade necessária ao fluxo de fluidos. O entendimento da geometria 3D desta rede, aliada à compreensão da deformação e cinemática de reativação das estruturas, poderá auxiliar no desenvolvimento de modelos metalogenéticos e exploratórios mais assertivos na determinação e seleção de potenciais alvos prospectivos de recursos metálicos ou até mesmo na reavaliação de modelos exploratórios. Nomeadamente, essa rede é constituída das seguintes estruturas: 1- sutura Paleoproterozoica associada ao Cinturão Mineiro, com indicações de transporte tectônico dirigido para NNE; 2- Falha de Infracavalgamento da Serra do Curral, dispondo o Complexo Bonfim por sob o Complexo Belo Horizonte, associado ao transporte da Nappe Curral para NNE; 3- Falha de Água Quente, que justapõe a Nappe Itabira-Rio Piracicaba sobre a Nappe Santa Rita, com transporte tectônico dirigido para SSW; 4- sutura Brasiliana de Abre Campo, com fluxo tectônico dirigido para W; 5- o limite ocidental da Nappe Mantiqueira, de idade Brasiliana, balizada no contato oeste do Grupo Dom Silvério; 6- Falha de Infracavalgamento Dom Bosco, justapondo o Complexo Santo Antônio de Pirapetinga por sob o Complexo Bação, associado ao encurtamento tectônico de orientação NS, de idade brasiliana; 7- Zona de Cisalhamento Campo do Meio, balizando o limite norte da sintaxe Guaxupé sendo este constituindo o front tectônico da faixa Brasília sul; 8- Zona de Cisalhamento Lenheiro, situada no interior do Cinturão Mineiro, apresenta direção NE-SW com cinemáticas superpostas sinistral e dextral; 9- enxame de diques máficos e ultramáficos na borda sul do QFe de direção geral NW-SE; 10- Lineamentos Azimute 130º: Araxá e Patrocínio; 11- Lineamentos Azimute 120º do QFe: Congonhas, Brumadinho, Passagem de Mariana, Fundão, Caeté, João Monlevade e Itabira, componentes estes de escala regional do enxame de diques Pará de Minas, de idade Estateriana, reativada no Brasiliano com cinemáticas sinistral e dextral; 12- Charnoquito Pedra Dourada localizado na zona de charneira de uma megadobra kink; 13- Eixo do paleorifte Espinhaço. Este arcabouço estrutural, constituído por estruturas de idades do Paleoproterozoico ao Meso-Neoproterozoico, desenvolvidos tanto nos regimes extensionais quanto compressionais, passaram no devido tempo geológico por processos de reativação, formando potenciais condutos para a migração de fluidos hidrotermais. Dessa forma, a devida conexão geodinâmica possibilita a estruturação de um Sistema Mineral. Os estudos preliminares indicam um Sistema Mineral para os depósitos de ferro e ouro do QFe e uma conexão com os eventos de idade Brasiliana. Nesse sentido, os lineamentos de azimute 120º desempenharam um papel chave nesse processo atuando como planos de fluxo de uma megakink sinistral, cujos balizadores a SW e a NE foram, respectivamente, os lineamentos Brumadinho e João Monlevade. Reconhece-se ainda a manifestação localizada de reversão do sistema com cinemática dextral face ao encurtamento N-S, também de idade Brasiliana.

Palavras Chave

Quadrilátero Ferrífero; Sistema Mineral; Lineamentos Azimute 120º; Fluidos Hidrotermais